quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Olha a chuva aí, gente!

Que passou a chuva nada! Veio toda hoje!

Ao contrário do que se esperava, a Bovespa opera hoje em queda, e queda expressiva. As ações da Petrobras chegaram a estar 5% abaixo, mas agora estão apenas 3,66% abaixo. Bovespa a menos 2,16% no momento, 16:30 da tarde.

Com esse cenário conturbado, decidi não sair dos fundos hoje. Não gosto de sair no meio da bagunça, acho bobagem, me parece apenas dar dinheiro para os espertos que ficam. Como não preciso do dinheiro agora, e nem estou posicionado em operações muito inseguras, decidi ficar e ver no que dá.

Assim que o cenário desanuviar um pouco eu tiro os investimentos nos fundos todos. Talvez deixe apenas o fundo Vale, que não teve boa valorização no período, mas isso vai depender de uma boa análise do rendimento médio dos fundos quando avaliados em conjunto.

Operar em fundos não dá mais. Me parece coisa para principiante e preguiçoso. Impossível gerenciar direito a conta com a regra D+1, é slippage demais. Preciso fazer o cadastro em alguma corretora para começar a operar diretamente, como tem que ser.

Acho que já estou preparado para a próxima etapa no aprendizado, que é escolher os ativos para montar uma carteira, decidir o percentual de cada um, investir e acompanhar.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Passou a chuva?

O Banco Central americano reduziu a sua taxa de juros, exatamente como esperavam os agentes econômicos. Com isso, a Bovespa fechou em alta de pouco mais de 1%, e a crise se desanuvia pelo menos por enquanto.

É só por enquanto porque a mensagem da redução de juros é paradoxal. Por um lado mostra o FED atuante e ágil nas respostas, por outro lado mostra um certo desespero, e também uma rendição ao mercado. De certa forma pode indicar que a crise que parece vir por aí é feia mesmo.

As bolsas americanas fecharam em pequena queda após o anúncio. Vamos ver como ficam as asiáticas agora à noite, e como funcionará a Bovespa amanhã.

Se o mercado continuar andando de lado como hoje, vou aproveitar a pequena calmaria para fechar minha posição no fundo PIBB, e a posição de Márcia no fundo Petrobras. E dependendo dos números, é capaz de eu fechar até a posição no fundo Bovespa, mesmo ele estando com uma valorização ao meu gosto baixa. A intenção é ficar líquido mesmo, para depois operar com bastante cuidado, diretamente nas ações, ao longo da crise.

Penso em manter as posições nos fundos Vale. Acho que ela está abaixo de seu preço, e afinal de contas, é empresa com excelentes fundamentos, não custa nada encarteirar, nem que seja por anos. Dificilmente perderia, no longo prazo. E saindo dos outros fundos, posso me permitir essa exposição ao risco moderada, que é o fundo Vale nas circunstâncias atuais.

Notícia desagradável

Hoje eu tinha planejado fazer a retirada do fundo da Petrobras da Márcia (minha esposa), que assim como o meu acumula uma valorização interessante, está no ponto de realização. Também pensei em fechar minha posição no fundo PIBB, como forma de reduzir minha exposição ao risco, e aproveitando que o rendimento líquido dele estava em quase 10%.

Mas, aí li essa notícia:

"O dia (de hoje) vai ser de muita expectativa", disse Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, referindo-se à decisão do Fed que será conhecida apenas após o fechamento do mercado cambial no Brasil nesta quarta-feira."

Ferrou a estratégia de saída. Se der a ordem hoje, e amanhã for dia de queda intensa, perco muito do rendimento. Se esse anúncio de hoje for o "turning point" para começar a tão falada queda geral, vou perder significativamente.

Mas, se for uma boa subida (duvido), eu ganharia. Só que nesse contexto não perderia nada esperando mais um dia.

Resultado disso, resolvi a contragosto, esperar até amanhã. Se for queda, não sei bem o que farei. Sair no meio da queda por ser uma solução para minimizar perdas, mas se a queda for intensa, me parece mais inteligente esperar uma retomada. Mas e se a retomada só for acontecer em alguns anos? Não é nada impossível... eta situação desagradável. Mais um ponto contra os fundos. Está difícil encontrar pontos positivos neles!

Bloomberg

Muito interessante as funcionalidades do site da Bloomberg Monta gráficos nos quais dá para inserir ferramentas de análise, faz uma watch list, mostra fundamentos das empresas, análises e notícias. Gostei.

Estou precisando aprender a usar as ferramentas de análise técnica, como médias móveis, estocástico, índice de força relativa, histograma MACD, Bandas de Boellinger. Já li um pouco a respeito, mas não consegui analisar nada por conta própria. Preciso ver alguém fazendo para entender melhor como funcionam.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

E agora?

Saí do fundo Petrobras. Devo retirar o investimento da minha mulher do mesmo fundo, amanhã. Até aí tranquilo, já estava decidido, hora de realizar o grande lucro, quase 40% não é todo dia que se obtém.

O lance é um "e agora?" que me vem o tempo todo. Invisto em outra ação? Espero? Fico só de olho?

A princípio a idéia era ficar só de olho, vendo como essa crise evolui. E estudando o mercado e as ferramentas de operação, como já venho fazendo tem tempo.

Mas aí vem as dúvidas... a Bovespa está que só sobre nos últimos 3 dias de negócios. As ações da Vale estão com preço convidativo em relação aos seus topos históricos. Estão abaixo da média móvel exponencial, e subindo. Me parece boa ocasião para compra.

Outra dúvida é que outras ações poderia comprar, além de Vale e Petrobras. Tenho acompanhado só estas duas, está na hora de estudar outras mais. Acho que preciso de um grupo de pelo menos 8 ativos, melhor ainda 10. Não que vá aplicar em todos eles, mas é importante ir monitorando, aprendendo sobre as empresas, desenvolvendo o olhar e a capacidade de análise.

Junto com essas dúvidas todas, vem outras questões. Tenho lido muita coisa, dois livros ao mesmo tempo, sites, foruns e tais, mas ainda não consigo usar as ferramentas de análise técnica. Está me parecendo que um curso de AT vai ser necessário para entender melhor como essas coisas realmente funcionam.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Saída do fundo Petrobras

Dei a ordem de retirada total do fundo Petrobras, como comentei que faria posts atrás. A cotação hoje subiu 2%, e o cenário me pareceu apropriado de forma geral. Analisando os gráficos, me parece que a Petr4 já retomou muito de seu valor desde a queda do início do mês, e não haveria muito mais a ganhar nesse papel. Pode até subir, mas não deve ser uma monstruosidade. Preferi realizar o meu grande lucro, mais de 35% de valorização no período investido.

Bom, na verdade só vou saber a cotação efetiva da saída amanhã, pelo fechamento. Espero que não caia desesperadoramente amanhã, pois se o fizer, perco rendimento sensivelmente. Esse é o mal dos fundos, esse tal de D+1 que impossibilita uma saída no momento preciso. Por conta disso é que quero passar a operar diretamente.

Decidi continuar aplicado nos outros três fundos, que não tem valorização expressiva no momento. Estratégia de longo prazo, não tenho porque realizar prejuízo no momento. O cenário geral continua extremamente indefinido e volátil, mas vou manter a aposta em crescimento geral do Brasil até o final do ano.

Análise fundamentalista

Talvez eu esteja dispersando esforços demais no meu aprendizado. No momento, leio em paralelo dois livros sobre como operar com ações, e visito vários sites e fóruns específicos sobre o assunto. Às vezes misturam-se todas essas informações, e o trajeto deixa de parecer uma linha reta, para se assemelhar a uma exploração de território desconhecido.

Estou lendo agora "Investindo em ações - os primeiros passos", de Godoy, Medina e Gazer Jr. De um modo geral o livro me desagrada porque foi construído com uma estrutura romanceada, de um final de semana na casa do Sr. Alceu. Frescurinhas dispensáveis no meu ponto de vista, mas sigo adiante. No meio do texto tem "apostilas" interessantes.

O capítulo atual trata da análise fundamentalista. Que é, em tese, a que mais deveria me agradar, já que o perfil que pretendo atuar é o de investidor de longo prazo, muito mais que especulador. Não me interessam as agruras e alegrias do day-trade, nem as jogadas super-rápidas de entrada e saída. Prefiro, de um modo geral, o investimento em algo que acredito que vá crescer, que vá render, em prazo mais longo. Mesmo que esse rendimento seja menor que os obtidos pelos traders mais ágeis.

Só que a questão não é tão simplezinha assim, e acaba não sendo exatamente uma escolha, pois a análise fundamentalista é essencialmente mais difícil de fazer que a análise técnica. Precisa conhecer bem contabilidade, economia, finanças, para analisar direito os fundamentos de uma empresa. E eu não tenho esse conhecimento todo.

A proposta fundamentalista é simples na essência, comprar ações de empresa que estejam baratas em relação ao que valem hoje, ou se não por hoje, baratas em relação ao que poderão valer no futuro. E aí encarteirar por anos, por vezes, vários anos.

Potencial de crescimento é um ponto fundamental nessa análise. Então, para decidir a compra, precisa saber calcular se a ação está barata hoje, e também, se tem esse bom potencial de crescimento. Se o setor é lucrativo, se a empresa é lucrativa, etc, etc. Vários índices contribuem nessa análise, e de modo geral, eu não entendo nada de nenhum deles no momento.

Cada pouco mais que aprendo, me mostra que muito mais há a aprender. Vai demorar até que eu realmente esteja em condições de realizar conscientemente e com boa estratégia as operações simples de compra e venda de ações. Comprar e vender mal qualquer um faz a qualquer hora, ganhar dinheiro por sorte também. O que eu quero é aprender a comprar e vender bem com consistência, dentro de uma estratégia, embasado em análises bem feitas.

Início de semana

Bolsas asiáticas em forte queda no momento. A segunda-feira não começa boa. Foi uma pena não ter havido pregão na sexta-feira, brecou na Bovespa o movimento de retomada que estava acontecendo no mundo todo naquele momento.

Estava pensando em sair do fundo Petrobras, como falei no último tópico. Mas descobri que, dando a ordem hoje, só sairia na verdade amanhã. Terrível essa regra de D+1 dos fundos, torna quase impossível planejar uma boa saída. Eu tinha esperança das bolsas abrirem ainda em alta, seguindo a tendência da semana passada, mas não vai rolar. Preciso montar outra estratégia.

O meu receio não é só o de uma queda momentânea, mas sim de uma reversão no canal de alta que vem desde 2002. No momento eu tenho um ganho bem significativo na aplicação no Fundo Petrobras, e gostaria de preservá-lo, por isso a idéia de sair. Mas dando a ordem hoeja, saio amanhã. Qual será o movimento da Bovespa até amanhã? Será que vai ficar oscilando, ou queda geral?

Tenho certo medo de ficar esperando a hora certa e essa hora nunca vir, da queda se acentuar e eu ficar só perdendo o tempo todo, esperando por melhores dias.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Análise IBovespa longo prazo

Um pouco de análise de longo prazo, olhando para o passado.

Muitas vezes a gente lê por aí que considerando o longo prazo, o investimento em ações é quase sempre vantajoso. Mas aí vem uma questão, de quanto é esse "longo prazo" que se está falando?

Achei um gráfico da evolução o IBovespa que ilustra o que pretendo mostrar:



Em 95 inicia um canal de alta, que vai até 97. Alta de 563%! Inclinação forte acima, tudo uma beleza.

Aí vem uma bela crise, que dura quase dois anos. Nesse período, queda de 68%. Sessenta e oito por cento!!! Um investimento hipotético de 100 pila teria virado apenas 32! Você aguentaria dois anos, esperando reversão? O topo de 97 só retorna em 2000!

Bueno, do final de 98 até 2000, outra forte subida empinada. Alta de 316% sobre o último fundo. Considerando o maior topo anterior, alta de 36%.

Aí vem uma puta crise, longa, que vai de 2000 a 2003. Três anos só de baixa, destruindo valor o tempo todo. Queda de quase 57% no período, o que significa, em dinheiro, perder mais da metade do valor investido. Claro, não sei se alguém aguentaria ficar paradim, só vendo o seu investimento derreter, à espera da reversão que demora para vir.

Em 2003 começa o longo canal de alta atual. Além do que o grafico mostra, a Bovespa chegou aos 65000 pontos em dezembro. Alta de inacreditáveis 690% sobre o último fundo, e de 241% sobre o último topo.

Aí vem janeiro de 2008, que não está no gráfico. E a grande questão é - continua o canal de alta depois de uma soluçada violenta, ou entraremos num canal de baixa? Canais de baixa podem ser bem duradouros, como mostram os períodos 97-99, e 00-03.

Sei não, acho que estou lendo pessimistas demais, e já não me sinto tão seguro no otimismo como antes.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Lições interessantes

Procurando por mais conhecimento sobre as médias móveis exponenciais na internet, encontrei uma apresentação (http://www.expomoney.com.br/macae2007/humberto-sala3-santos.pdf) que me trouxe duas lições super interessantes:

1. Não tente comprar na mínima e vender na máxima. Você não vai conseguir.

2. Compre no rompimento das resistências, e venda na quebra dos suportes.

Essas duas lições me chamaram a atenção porque são muito diferentes do que nós, os principiantes, costumamos pensar.

Em primeiro, comprar na mínima e vender na máxima poderia ser descrito como o ideal do novato. A gente olha os gráficos (de fora, claro) e fica identificando, "ah, quem comprou TELB4 aqui, a 0,5 centavos e vendeu aqui, a 0,80, se deu super bem!". Só que tem um detalhe, ninguém realmente fez isso! E por que não? Por que comprar TELB4 a 5 cents era uma furada total, fazia mais de ano que estava parada nessa cotação. Depois, ficar encarteirado com essa ação até ela chegar ao topo de 80 cents só se a pessoa tivesse entrado em coma logo depois da compra. A regra indicaria vender muito antes disso, talvez aos 20 cents, por aí, certamente não mais de isso.

Na lição dois, duas coisas chamam a atenção, e estão conectadas com a lição 1. Compre no romper da resistência. Isso quer dizer, claramente, que você não vai comprar lá embaixo, no menor dos preços imaginável. Vai comprar depois que se consolidou o movimento de subida, o que é bem diferente. Muitos principiantes que eu conheço se culpam muito por "perderem a hora", por não terem pego o primeiro bonde, por entrar "tarde" (nas palavras deles). Mas os verdadeiros prifissionais não são advinhos, e tampouco entram na primeiríssima hora. Esperam ver com mais clareza para onde o vento sopra!

A segunda parte da lição dois diz respeito à venda. Eu ainda tenho muitas dúvidas sobre quando sair de uma posição, e esse conselho é desafiador. Minha mente de novato me pede que saia no topo, e a lição diz para sair na quebra do suporte. Para quebrar o suporte tem que já estar em queda. Ou seja, já vou ter perdido uma parte do ganho aí. Então, noto mais uma vez, não cabe chorar pelo rendimento perdido, e lembrando uma frase de outro livro que li, lucro só existe mesmo quando realizado.

Resultado dessas lições - penso em fechar minha posição em fundos Petrobras na 2a feira. Já tive um ganho super expressivo com esse fundo desde setembro, e com a crise atual, o mais provável é que a ação passe a andar de lado. Já recuperou muito de sua exuberância de dezembro, e espero que na próxima 2a feira melhore ainda um pouco mais, mas sinceramente, não creio que vá muito além dos 80 reais (PETR4). Então, melhor sair desta posição e estudar outras posições mais promissoras.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Atravessando a crise

Estou atravessando essa crise de janeiro nas bolsas totalmente comprado em fundos. Apliquei neles em 04 de setembro, e cheguei a ter uma rentabilidade de 28,5% em meados de dezembro.

Hoje, depois do grande avanço nas cotações da Bovespa ocorrido ontem, fui fazer as contas da minha rentabilidade. Tive boa supresa!

Contando por hoje, minha rentabilidade média no período (143 dias) foi de 13,42%. O dinheiro que apliquei em renda fixa, para ter padrão de comparação, rendeu apenas 2,83%.

Analisando com mais detalhes, percebo que o grande responsável por essa valorização atraente foi o fundo Petrobras, com incríveis 43,58%. Em segundo, mas bem atrás, vem o fundo PIBB com 6,60%, em terceiro o fundo iBovespa, com 2,95%, e em último o fundo Vale, com somente 0,53%. Dos três, o único que perdeu para a renda fixa foi o fundo da Vale.

Bons números, analisando friamente. Não cabe chorar sobre os rendimentos perdidos por não ter saído em dezembro, mas comemorar esse ganho quase 4 vezes maior que a renda fixa, mesmo em período conturbado.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Livro - Aprenda a operar no mercado de ações

Estou lendo o livro Aprenda a operar no mercado de ações, de Alexander Elder (9a edição, Editora Campus, 2006). No momento estou no capítulo 5, que trata de análise técnica.

O livro está me agradando bastante. Muito direto, muito claro o objetivo no que aborda. Vou aproveitar o espaço aqui para fazer um apanhado das lições que vou aprendendo na leitura.

Capítulo 1

Investidores - lucram com a identificação de novas tendências na economia e com a entra no mercado para a exploração desses filões, antes que a maioria desperte para estas oportunidades. Não se preocupa com as flutuações diárias das cotações, tem foco no longo prazo. Compra ações que considera baratas, e com bom potencial no longo prazo, e aguarda a valorização até por anos, se necessário.

Desvantagens de operar como investidor - requer muita paciência, e grande dose de autoconfiança, para apostar naquilo que ninguém mais está vendo. Requer também capacidade para identificar as possibilidades de invsetimento, e força emocional para apostar nas suas previsões e sustentar a posição enquanto o mercado flutua.

Operadores - ganham dinheir apostando em guinadas de preços a curto prazo. A idéia é comprar quando leitura de mercado identificar que os preços estão subindo, e vender a descoberto quando as análises identificarem uma tendência de baixa.

Desvantagens de ser operador - o conceito é simples, mas implementá-lo é difícil. Requer equilíbrio mental e emocional, para tomar a decisão certa na hora certa, gestão do dinheiro, e também conhecimento de análise técnica, e disciplina na manutenção da estratégia de ação proposta. Amadores continuam pensando nas próximas operações, enquanto os profissionais passam quase tanto tempo planejando as saídas.

Jogadores - Bosa de valores não é lugar para jogadores, embora eles próprios não pensem assim. Operar com ações não é loteria, em que o acaso determina quem recebe os prêmios e quem não recebe nada.

Terceira tentativa

Depois da crise do subprime, resolvi voltar às aplicações. As cotações estavam lá embaixo, e davam impressão de que retomariam seus valores históricos.

Escolado pelas aplicações anteriores, decidi aplicar 10 mil em renda fixa (até então o total das minhas aplicações era em fundos de ações), e 14 mil em fundos de ações. Escolhi 4 fundos, e dividi a aplicação e partes iguais, 3,5 mil em cada fundo. Petrobras, Vale, Bovespa e PIBB, todos do Banco Real.

Entrei em setembro. Peguei toda a subida, e tive uma valorização fenomenal, que chegou a ser de 28% depois do salto das ações da Petrobras com a descoberta do campo de Tupi.

Pensei em sair, realizar o lucro. Mas fiquei numa tremenda dúvida, saindo, onde colocaria o dinheiro? Que outra aplicação me daria as perspectivas de ganho destas em que estava? Não vi nenhuma alternativa interessante no horizonte e deixei o dinheiro aplicado.

Aí veio 2008, e nova crise americana. Só em janeiro, a Bovespa acumula quedas, até agora, de 12%. Muito do meu ganho evaporou, desapareceu. Meus investimentos ainda estão superavitários, mas longe da exuberância que tinham no início de dezembro.

Escolado pelo erro anterior, decidi atravessar a crise toda comprado. Não retirei nada dos fundos, apesar de ter me passado pela cabeça, como estratégia de redução de danos. Estou, neste momento, esperando que as coisas aconteçam como no ano passado, e uma retomada forte sobrevenha após estas quedas.

Aprendizados.

- Não é preciso ficar todo o tempo comprado. Não há mal algum em realizar um bom lucro e ficar de fora, esperando melhor momento para entrar de novo. Era o que eu devia ter feito. E o pior é que eu cheguei a pensar em fazer, e não fiz.

- Ainda tomo decisões emocionais demais, não estabeleço estratégias ou metas consistentes. Fiquei sem saber o que fazer quando estava por cima, não consegui tomar decisão na hora certa. A cada vez que a cotação da Petrobras ou da Vale perdiam um pouco do valor, eu ficava esparando que elas retomassem no dia seguinte. Esperança demais, dados técnicos de menos. Preciso aprender a ser mais frio, especialmente nas saídas.

- Preciso aprender a operar diretamente o quanto antes. A regra D+1 ajudava a impedir que eu tomasse a decisão de sair, pois nunca sabia o momento certo para isso.

Segunda aplicação

O erro com ações da Petrobras não tirou minha vontade de aplicar em ações. Decidido a voltar ao mercado, mas ainda sem qualquer conhecimento de como aplicar diretamente, resolvi voltar aos fundos. Mas escolhi outros fundos, agora do Banco Real.

Apliquei 20 mil reais em dois fundos, 10 mil em cada. Um era focado em empresas caracterizadas por ações de responsabilidade social, outro por empresas caracterizadas como boas distribuidoras de dividendos. O momento era fevereiro de 2007.

A aplicação passou meses só valorizando, pouco a pouco cada mês. E eu bem satisfeito com elas, achando que agora tinha encontrado o caminho certo. Acompanhava a evolução dos saldos pelo menos duas ou três vezes por semana, sempre vendo os números avançarem.

Mas, em julho de 2007 veio a crise do subprime americano. Amigos de trabaho começaram a aconselhar a tirar os investimentos da bolsa, antes que fosse tarde. Eu entrei na onda. Olhei o saldo atual dos fundos, estava com um ganho sobre o capital investido de uns 5%, o que me pareceu ainda aceitável. As ações já estavam em queda neste momento, pois eu chegara a ter um ganho de mais de 15% antes.

Dei a ordem de retirada total dos dois fundos. E descobri então que nos fundos, a ordem só é executada no dia seguinte, e vale a cotação de fechamento. Os dois dias foram de intensa queda. O valor que efetivamente voltou para minha conta era pelo menos 5% menor do que o capital investido. Perdi dinheiro.

Aprendizados.

- Fundos de investimentos não são ágeis o suficiente em crises. O mecanismo D+1 torna impossível planejar direito uma saída. Aplicar diretamente em ações, em contextos turbulentos, é bem mais seguro.

- Entrei com idéia de longo prazo, mas na primeira crise mudei de estratégia e decidi sair, influenciado por outros. Mudei minha estratégia no meio do jogo.

- Sair até que não seria um grande erro, pelo contrário, se tivesse conseguido fazer exatamente na hora desejada. Mas sair no meio da queda, sem garantia nenhuma da cotação, foi burrice. Me dei bem mal, sem necessidade.

Primeira vez com ações

Pouco depois de entrar para meu emprego atual, comecei a escutar colegas de trabalho, que já investiam em ações, falarem tremendamente bem de seus ganhos com ações da Petrobras. Números fabulosos, valorizações incríveis, tal e coisa.

Entusiasmado por estes relatos, na primeira vez que sobrou uma graninha extra na conta (7 mil reais), decidi aplicá-los em um fundo de investimento em ações da Petrobras. Encontrei um fundo focado só em Petrobras no BB, banco que tinha conta na época, e fiz a aplicação. Isso em meados de 2006, não lembro a data exata, mas devia ser final de agosto ou setembro.

Resultado: as ações da Petrobras estavam em um pico no nomento da aplicação, e passaram meses abaixo daquele preço. Eu decidi ficar com o dinheiro aplicado ali até que reavesse a quantia aplicada. Em janeiro de 2007, quando o valor superou em pouca coisa o que tinha sido aplicado, saí do fundo.

Aprendizados.

- Hora de entrada sem planejamento algum. Sequer olhei um gráfico das ações da Petrobras no momento de entrar no fundo. Fui na onda. Não conhecia nada do mercado de ações, de modo que entrei como se fosse loteria, ou como se fosse uma aplicação em renda fixa. A única informação que eu tinha era a rentabilidade passada, no último mês, nos últimos 12 meses, essas coisas que não garantem nada.

- Hora de saída igualmente não planejada. Tão logo o valor inicial foi retomado, saí, sem estudar o mercado para ver se havia possibilidade de maior valorização.

- Decisões emocionais, tanto a de permanecer por meses no barco que afundava, quanto de sair dele tão logo voltou à tona. Nenhuma estratégia de ação, nenhuma meta estipulada.

Primeiro post

A idéia por trás deste blog é registrar meu aprendizado nas operações em bolsa de valores. Pretendo que sirva como um arquivo das lições que vou aprendendo nas leituras de livros, de sites e foruns, nos cursos e nas operações propriamente ditas. Um arquivo virtual, acessível de onde quer que eu esteja, e por que não, aberto para todos, de modo que quem quiser aprender junto comigo encontre aqui material farto.

Vamos configurar então o momento inicial da conversa.

Situação pessoal e familiar: 39 anos, casado há 16 anos, dois filhos. Sou feliz com minha família.

Situação financeira: sou funcionário de uma multinacional, tenho um bom salário e um bom pacote de vantagens. Não tenho dívidas. Controlando as despesas sempre sobra algum dinheiro para investimentos. Nem todo mês, mas quase sempre.

Investimentos atuais: Há mais ou menos um ano e meio venho aplicando em fundos de ações. O desenrolar destas aplicações será objeto de outros posts, mais à frente, pois com elas já aprendi muita coisa. No momento tenho dinheiro aplicado em 4 fundos de ações do Banco Real, desde setembro de 2007.

Investimentos futuros: Não estou satisfeito com a aplicação em fundos de ações, e pretendo operar diretamente por home broker ainda no primeiro semestre deste ano. Não estou operando diretamente ainda porque considero que preciso aprender mais sobre como funciona o mercado de ações antes de entrar de cabeça nele.