sábado, 28 de junho de 2008

A esperança atrapalha

Em um contexto ideal, as decisões de investimentos deveriam ser tomadas em bases puramente racionais, sem influência de emoção. Isso é claro, só acontece de forma idealizada, ou para alguns poucos gênios da raça por aí.

Não é por acaso que não acontece assim. É porque é muito difícil isolar as emoções na hora de decidir, e afastá-las do jogo. E uma delas me parece especialmente danosa - a esperança.

É a esperança que faz a gente olhar para um gráfico omo o atual Ibov, e acreditar que ali na frente vem uma enorme sequência de candles positivos, retomando a trajetória de alta. É a esperança que faz a gente olhar para o gráfico da Vale5, com toda aquela queda recente, e acreditar que vai voltar logo ao ponto onde já esteve.

Se a decisão fosse puramente racional, a análise de cenário desaconselharia qualquer investimento nas ações neste momento (decontando operar vendido, que não sei fazer ainda). As ações ou estão andando de lado, ou estão caindo, quase todas. Nenhuma parece ter força para ir a qualquer lugar melhor do que o atual.

Poucas coisas que eu já experimentei na vida são tão exigentes em termos de inteligência emocional quanto o investimento em renda variável. E olha que, como psicólogo, trabalhar com as emoções sempre fez parte do meu "prato do dia". Mas a rotina de investimentos é bem mais complicado que um consultório, exige mais frieza do que uma sessão de análise com um neurótico, e demanda um domínio da racionalidade dificílimo de atingir no dia-a-dia.

No calor da hora, com o mercado em andamento e aquele book de ofertas se mexendo todo, as cotações pulando em verde, amarelo e vermelho a cada segundo no homebroker, as mais diversas emoções vem dar seus conselhos nefastos ao investidor. A esperança faz crer que amanhã será melhor que hoje, afinidades diversas fazem com que a gente acredite que essa empresa é melhor que aquela, o incômodo das perdas recentes fazem a gente não conseguir esperar o melhor momento e tentar recuperar a todo custo... são vários emoções e o efeito de todas elas é bem parecido - erros nas decisões.

Dominar as emoções, e em especial, domar a esperança, é então o grande desafio a ser vencido, em busca dos lucros. A chave dos ganhos está precisamente neste ponto. Todo o restante, como capacidade de análise técnica, vem depois. Bem depois.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Cenários para decisão

Estou pensando agora, olhando os gráficos das minhas ações, que eu deveria construir cenários para a decisão de compra das ações. No momento, tenho decidido a compra usando a análise técnica, verificando IFR, MACD, suportes e resistências, médias, essas coisas. Mas não tenho levado muito em consideração os elementos em volta, o contexto, me parece.

Explico. Ontem comprei PETR4. No momento, parecia estar havendo uma retomada do movimento de alta, com o anúncio dos juros americanos. Esperei o papel romper resistência e tal e coisa, me baseei bem nas análises da corretora, em suma, não fiz uma compra por impulso.

Mas não levei tanto em consideração os cenários possíveis. O pessoal da corretora, em suas análises, recomendava compra especialmente com ibov acima de 66 mil pontos, se bem lembro. Esse dado eu não coloquei no jogo.

Aí fica a questão. Qual o cenário em que as minhas apostas atuais são válidas? Para qual cenário elas deixam de ser válidas e eu devo sair do jogo? Quais são as condições que autorizam o investimento em determinado papel?

PETR3 e PETR4 - As apostas em Petrobras se fundamentam nas perspectivas otimistas para os resultados da empresa, tanto no médio prazo quanto no longo. As notícias sobre petróleo, com alta no preço do barril, expectativas de demanda crescentes, e recomposição da margem de lucro da empresa na venda de derivados levam a pensar em resultados crescentes e fortemente positivos. Tem ainda as novas descobertas do pre-sal. O momento da empresa é fortemente positivo, e as corretoras são unânimes em apontar compra deste papel.

Em relação a comra da PETR4, um dado que colaborou para a compra foi a desvalorização já ocorrida no papel. Embora possa se considerar que os níveis de preço estivessem no final de maio muito esticados (e talvez ainda estejam), em um contexto de história recente, sempre que esta ação chegou ao nível atual em relação a suas médias, houve uma forte retomada.

Entretanto, no caso de mercado de queda, por ser a Petrobras o principal papel da Bovespa, sofre influência direta e imediata da psicologia do momento do mercado. Em mercados pessimistas, mesmo com fundamentos ótimos, o papel cai forte. Foi o que se viu neste mês.

Então, a aposta na Petrobras é válida em um contexto que vai do otimista ao incerto, mas não é válida no cenário pessimista. Para IBOV em alta ou de lado, vale permanencer comprado. Para IBOV em tendência de queda, a saída no stop não deve ser considerada um dano.

VALE5 - Valem praticamente as mesmas considerações da Petrobras, pois as características dos papéis em termos de psicologia do mercado são semelhantes. Há diferenças por conta dos mercados em que atuam, minério x petróleo, mas na economia atual, os cenários para estas duas commodities é bem parecido.

As incertezas em relação a inflação, juros e outros dados macroeconômicos estão segurando a valorização dos papéis em geral, mais, estão retornando os preços a níveis mais baixos que os anteriores. A questão é se estes níveis estão temporariamente baixos, caso em que valem as apostas, ou se este é apenas o "meio do caminho" em uma queda bem mais forte, caso em que ficar de fora olhando seria muito mais apropriado. Como saber qual dos dois cenários é o verdadeiro? Olhando o que acontece aí fora, e estabelecendo stops bem configurados.

Sintetizando todo esse raciocínio, esse pensar com cenários é como estabelecer critérios de validade para as apostas. Parece dar um suporte melhor às decisões de investimento. Vou experimentar.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Troquei as VCPA4 por PETR4

Na verdade não é exatamente uma troca, já que vendi as Votorantim bem antes e sem essa intenção. Mas hoje, com o anúncio dos juros americanos, que se mantiveram em 2%, o mercado deu uma bela reagida, e eu resolvi montar outra aposta.

Tem uma parte de mim que está se recriminando por essa aposta nova, já que a idéia original era observar mais e entrar só na certa, ou perto disso. Mais uma vez tenho a impressão de ter tomado uma decisão ao calor da hora...

Bom, vamos aos motivos da compra. Acompanhando os relatórios de análise gráfica da corretora, o ponto de entrada era ao superar 45,10. Hoje o papel flutuou muito, esteve até em queda, pela manhã, mas agora, perto das 16 horas, está em alta forte de mais de 3%. Quando comprei, o papel estava já em 45,20.

No gráfico, está em zona de boa compra, voltando de abaixo das médias longas. Tem um espação para subir até seu topo histórico. IFR bateu nos 30 e está retornando, MACD em vias de cruzar para cima no diário.

Dados fundamentalistas não preciso nem comentar, todo mundo sabe quem é a Petrobras. Aliás, nessas empresas super-hiper-grandes, acho que os preços das ações tem muito pouco a ver com dados fundamentalistas... são determinados pela psicologia do mercado, mesmo.

No final das contas, uma coisa que pesou para tomar essa decisão de compra foi o prejuízo nas VCPA4. Preciso reaver o que perdi, e com o dinheiro parado na corretora é que não ia ser. Só uma boa aposta nova é capaz de trazer de volta o dinheiro jogado fora na aposta anterior.

Bom, dessa vez, stop configurado desde o início, abaixo do suporte identificado pela análise técnica da corretora.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Voltam os stops

Configurei novos stops para as duas posições que me restaram.

VALE5 - Os analistas gráficos da corretora, no relatório de hoje, indicam o ponto de 46,10 como de forte suporte, e dizem que abaixo disso, cai em rali de venda. Coloquei o stop com start em 45,90, para dar uma pequena margem adicional de repique.
Se o papel bater no stop nesse movimento de queda que tá rolando, a questão passa a ser esperar que chegue em algum fundo para recomprar mais barato.

PETR3 - Essa não é analisada nos relatórios da corretora, que foca na PETR4. Então analisei eu mesmo. No gráfico semanal, ainda está distante de perder a LTA. Mas olhando gráficos de longo prazo, chama a atenção a inclinação dos gráficos após 2007. Não acho sustentável um movimento com tal inclinação, em longa duração. Talvez já tenha durado até demais, essa é a verdade. Então, considerando esse cenário, coloquei o meus stop abaixo do suporte mais recente, que foi em 52,12, por aí. Marquei start em 51,80, pelo mesmo motivo que nas Vale, dar espaço para um repique. E a idéia também é esperar tomar fundo, caso o stop seja acionado nessas quedas enormes que estão rolando. Mas na recompra, é capaz de eu optar pela PETR4, que é analisada pela corretora todos os dias.

Novas atitudes, portanto. Chega de ficar só olhando. Vou voltar ao perfil mais ativo de abril, que deu muito mais certo que esse de longo prazo de maio. Dane-se se tiver que pagar imposto. Pagar IR é mil vezes melhor que realizar prejuízos como tive que fazer hoje. Aliás, que esse prejuízo horroroso sirva ao menos para abater o imposto dos lucros que virão!

Fim da aposta em VCPA4

Vendi as minhas VCPA4 agora no after market. Encarei um prejuízo para lá de desagradável de 18,77%, ou em reais, R$ 1028,41.

Pensei, pensei, pensei, e decidi vender. Não foi fácil essa decisão. Não está fácil nem agora, depois de tomada. Vou tentar expor os motivos que me levaram a ela, até para entender melhor todo o processo.

Motivos para manter, primeiro. O que me manteve com o pepel esse tempo todo que esteve em queda foi o nome Votorantim. É uma empresa pra lá de sólida, trocentos anos de mercado, reputação boa. Eu acreditava que a queda era momentânea. Para ser bem sincero, até agora não sei porque caiu tanto. Os relatórios de análise fundamentalista que a corretora disponibiliza para esse papel não falam nada de condições recentes. E em notícias na internet tampouco achei algo significativo.

Outro fator que segurou o papel em carteira é que eu sou um mau perdedor. Odeio perder dinheiro, e no jogo com ações, a gente só perde mesmo quando realiza. Então fiquei evitando realizar todos esses dias, só assistindo cair e torcendo para uma virada que não veio. Era sempre aquela esperança vã, sem fundamento de análise, de que "amanhã melhora".

Motivos para vender, então. O papel está numa queda impressionante, sem sinal algum de fundo ou sequer de recuperação momentânea. Pode muito bem cair muito mais, sem nada que o segure. Olhando os gráficos, perdeu LTA no diário (faz tempo), no semanal, e até no mensal. A hora de sair nem era agora, já passou faz muito tempo, eu é que comi mosca nessa.

Não se justifica a minha esperança de retomada próxima. Olhando dados históricos, já teve época desse pepel ficar mais de ano caindo, e de perder muito mais que os 18% de agora. Não estou a fim de esperar anos por uma recuperação.

A idéia da venda então é cair fora do barco enquanto a perda ainda é só desagradável, e não catastrófica. O papel não é nenhuma Petrobras ou Vale para justificar carteiradas infinitas.

Análise e aprendizado com o erro:

Eu preciso aprender a ser mais frio, mais analítico, mais calculista. Me apego às ações, o que é um erro crasso. Preciso comprar e vender elas sem emoção alguma, preciso ganhar ou perder também sem emoção alguma. Isso ainda está longe de acontecer, mas eu sei que é o que eu preciso ser capaz de fazer.

Com esse mercado todo em queda aí fora, agora é a hora de olhar mais e operar menos. Hora de aprender como o jogo é realmente jogado, e de minimizar danos. Os tempos fáceis já se foram, se voltam ninguém sabe. Com o cenário econômico que as notícias trazem, com volta da inflação e outros monstros, sei não. Capaz de ter chegado o bear market que há tantos anos já se esperava.

Bom, e quanto às minhas outras posições? Essas ainda vou manter um tanto mais. Petrobras e Vale ainda estão dentro de seus canais de alta no LP, o que não justifica saídas no momento. Mas vou acompanhar bem de perto esse jogo.

Blogueiro que perde não fala

O blog do Giuoco Piano cantou bem a pedra, em tempos de queda na bolsa os blogueiros ficam mais quietinhos. Cai a quantidade de postagens em geral.

No que me concerne, é verdade. Dá pouca vontade de falar qualquer coisa, e vou mais além, tem horas que nem dá vontade de pensar nisso. É uma estratégia de defesa, do tipo "deixa eu esquecer essa coisa toda por um tempo". Na ilusão de que com o tempo vai melhorar.

Mas vou resistir a esse impulso do silêncio, e vou continuar registrando aqui minhas muitas dúvidas e inquietações, agora bem mais doloridas que antes.

Stops - é igual a luz, você só dá valor quando falta. Tirei todos os stops depois da bobagem da saída da MMMX3, por considerar que não estava sabendo configurar o ponto certo onde colocá-los. Estava tomando mais violinos do que protegendo meu capital. O resultado não foi muito agradável - veio uma bela queda e eu permaneci comprado o tempo todo, perdendo dinheiro dia a dia. Lição a aprender com isso - o problema não é ter o ou não ter stops, pois fica claro que se deve ter. O problema é saber configurar os stops adequadamente, para que protejam das perdas, mas não impeçam os ganhos, cortando movimentações naturais dos papéis.

Disciplina - confirmo o que o Alexander Elder escreve -defina antes o que vai fazer, e atenha-se a esta estratégia. Deixar para definir no meio do jogo é um grande erro. A mente da gente muda o tempo todo, são notícias daqui e dali, o que parecia promissor num momento no outro parece um desastre pronto a acontecer e por aí afora. Não dá para operar com consistência ao sabor do momento. Tem que se ter uma visão de longo prazo, e uma estratégia consistente com essa visão. Confesso que estou falhando bastante nesse quesito.

Queda e esperança - Quando as coisas começam a cair, a gente acha que daqui a pouquinho vai reverter, que é movimento natural. Quando a queda tem lá uns 3 dias, já tá doendo, mas vai bater naquele suporte ali pertinho e vai voltar. Quando fura aquele suporte, já se está perdendo tanto, que não dá vontade de encerrar a posição com tamanha perda. Passa a parecer mais negócio esperar uma reversão, seja lá quando ela venha. E aí a queda continua, e esse jogo só piora. Quanto mais cai, maior a dificuldade de largar o osso. Erro crasso, mas vai mudar isso lá onde importa, nas emoções da gente!

Estou precisando repensar minhas posições com muito cuidado, e talvez realizar um prejuizão desagradável em VCPA4. Na verdade já deveria ter realizado antes, bem antes, mas a estúpida esperança acima estava no comando. Na VALE5 estou perdendo bem mais, é verdade, mas essa tem muito mais capacidade de reverter, dando uns meses aí pra frente. PETR3 tá em leve perda, bem menor que as outras duas. Penso se devo encerrar ela também, para recomprar mais abaixo. O relatório da corretora indica queda ainda.

São muitas dúvidas... a única certeza é que não é nada fácil esse jogo. Ao contrário do que as manchetes de revistas com milionários fazem crer, na Bolsa perder dinheiro é bem mais fácil que ganhar.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Tudo em baixa forte

Mercado em baixa é outro jogo, muito mais difícil. Para profissionais mesmo. É nessa hora que a gente percebe que é um boboca, que não sabe nada mesmo.

Todas as minhas posições estão com forte prejuízo. Até as Valezinhas compradas outro dia já caíram. A tendência de alta e retomada era fake, suspiro passageiro dos touros no meio da festa dos ursos.

O que começo a pensar, e não estou sozinho nessa, é que o grande movimento de baixa pode ter chegado, após 5 anos consecutivos de alta. Esses dados todos sobre inflação mundial, queda no crescimento, recessão americana... é bem capaz que o mercado permaneça aí em queda por um bom tempo, jogando os preços de tudo lá pro chão. Entre 2000 e 2003 ficou uns 2 anos só caindo. Nada impede que isso aconteça de novo, igual ou até pior.

O que fazer nessa bagunça? Uma alternativa, velha conhecida, é ficar quieto com as ações que já tenho, esperando recuperação que um dia deve vir. Fiz isso nas últimas crises, e não me dei mal. Passado o desespero do povo, os papéis retomaram os patamares anteriores e subiram além dos topos históricos. Pode demorar uns bons meses, entretanto. Para isso é importante que a tendência de alta geral, dos gráficos semanais e mensais se mantenha.

Outra alternativa é vender tudo no ponto que está, com grande prejuízo, e esperar um bom fundo, para recomprar e aproveitar a subida que deve vir. Aí a questão passará a ser o reconhecimento do fundo. Como dá para ver na compra de mais VALE5 dia atrás, não sou muito bom nisso... capaz de eu ficar vendendo com preju, comprando mais abaixo, vendendo de novo com mais preju, comprando um pouco mais abaixo... uma jogada pouco inteligente.

Mas, se eu conseguisse identificar direito o fundo, a venda agora seria uma boa. Apesar da perda no momento, pegar o movimento de retomada de patamares bem mais baixos seria um meio interessante de maximizar os ganhos, e retomar o que foi perdido mais rapidamente.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Mais umas valezinhas...

Não fiz a troca da VCPA4 pela VALE5. Quando entrei no HB, já no after, a vcpa tinha caído mais um tanto, e a vale valorizou um tiquinho. Acabou a relação de paridade que me interessava na troca. Vou continuar com as VCPA's na carteira por mais tempo.

Comprei mais umas valezinhas, com uma sobrinha de grana que estava na conta da corretora. Mais 55 ações, compradas no fracionário.

Desta vez dei uma olhada nos meus critérios de compra. Atendeu a todos. Tá em alta no semanal. Bateu na LTA do semanal e voltou. Tá abaixo das MME's no diário. IFR baixo, mas já subindo. MACD cruzou pra cima no diário. Volume de operação bom na alta de hoje e de ontem. Tudo razoavelmente OK.

A idéia é aproveitar a retomada que deve haver. Digo "deve" pois tudo está bem incerto hoje em dia. Inflação em retomada, etcetera e tal, piriri e pororó... vamos ver no que dá.

Estou super concentrado em VALE5 no momento. Só não me assusto com isso porque é uma bluechip danada de boa no LP. Sem chances de me dar muito mal nessa, considerando longo prazo de verdade.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Troco VCPA4 por VALE5?

Votorantim está em queda. Vale parece ter encontrado fundo. Seria uma boa jogada trocar as 100 vcpa4 que tenho por 100 vale5? Estão praticamente no mesmo preço, hoje.

Essa é a dúvida de hoje. Quem puder, dá uma idéia nos comentários.

domingo, 15 de junho de 2008

E critérios interessantes para venda?

Aí a porca aperta. Se não estou comprando lá muito bem, na ponta da venda estou pior ainda. Não estou sabendo identificar os pontos melhores para venda. Nem critérios adequados para isso eu tenho. Preciso estudar mais e desenvolver uma estratégia.

Em abril, eu segui um tanto as orientações dos analistas gráficos da corretora. Acompanhei o fórum diariamente, e lia os boletins diários da corretora. Algumas posições foram construídas com base nesses dados, como a GGBR4 e a LREN3, que me deram bom lucro. Entrei nessas ações com ponto de saída definido, próximo à resistência mais significativa. Deu certo.

Em maio, mudei de estratégia, influenciado pelo que aconteceu com a GGBR4, que subiu uma monstruosidade depois de eu vendê-la. Decidi jogar mais no LP, mantendo bons papéis em carteira. Não defini pontos de saída, pois a idéia era acompanhar a alta dos papéis (escolhi papéis em clara tendência de alta nos gráficos semanais) suportando as variações do caminho. Nessa estratégia, assisti Petrobras e Vale atingirem topos históricos, e não realizei o lucro. Até comprei mais Vale em momentos de queda aos suportes anteriores (que não foram respeitados, snif, snif).

Preciso encontrar uma estratégia que una as duas anteriores de forma eficiente. Preciso ser capaz de acompanhar uma tendência de alta pelo tempo que ela dure, mas que me faça sair do barco em hora apropriada. Ou seja, preciso ter capacidade de identificar os topos. Hoje eu não sei fazer isso com competência, porque fico acreditando que pode haver uma virada no dia seguinte. De dia seguinte em dia seguinte, as quedas vão acontecendo, e quando vejo, é tarde demais para sair.

Me faltam critérios claros de saída. Percebo isso com clareza à medida que escrevo essa postagem. Para compra fui capaz de elencar pelo menos 3 bons critérios, mas para venda, nenhum até agora. Estou realmente precisando estudar melhor essa parte da estratégia de investimentos.

Alguns critérios interessantes para compra

Tenho percebido que na hora de comprar, estou sendo um tanto afoito, agindo sem consistência, sem uma análise bem feita do momento e do papel. Exemplo disso foi a última compra que fiz, aumentando minha posição em VALE5 no meio da queda do papel.

A partir disso, fiquei pensando: que critérios adotar como padrão mínimo de análise para uma boa compra?

- Suportes e resistências. O primeiro passo é verificar onde estão os suportes e as resistências mais próximos, assim como os mais significativos. Se o papel estiver longe do suporte, não vale a pena entrar. Deve-se esperar o papel cair para perto de um suporte significativo, o que mais cedo ou mais tarde vai acontecer. Mas tem que esperar bater no suporte e retornar, pois comprar ação em queda é bobagem. Mais um detalhe - verificar a altura do canal também vale a pena, pois às vezes a flutuação é de poucos pontos percentuais e não vale o risco da operação.

- Médias móveis. Verificar no gráfico diário as MMEs. O ideal é analisar o comportamento de cada papel, mas de forma geral, esperar um retorno dos preços para abaixo da média móvel de 60 dias é geralmente uma ótima pedida. Mas é bom também atentar para a média curta, de 5 dias, que deve cruzar para cima a média de 22 dias, para indicar que a reversão já veio e a alta é consistente.

- IFR. Índice de força abaixo de 30 é uma zona boa de compra. Claro que não dá para usar esse indicador sozinho, pois o papel pode ficar abaixo de 30 por bastante tempo, ou mesmo cair bem abaixo disso, num despencar violento. Então, IFR na zona de sobrevenda, em papel com tendência de LP de alta, é uma boa pedida. Pode-se ver a tendência de LP nos gráficos semanais. Inclinação ascendente das médias móveis, e respeito ao canal de alta são garantias.

O grande desafio é se manter nesta linha no meio da batalha, atento a estas regras quando o mercado está aberto e as cotações pulam na tela. Requer paciência para esperar as viradas do jogo sem se preocupar tanto de estar "perdendo bondes". Requer grande disciplina. Não sei se tenho essa paciência e disciplina, mas se não tiver, tenho que desenvolvê-las. Operar sem essas características é pedir para perder dinheiro.

sábado, 14 de junho de 2008

Comprar no rompimento? Não!

Tempos atrás postei sobre compra no rompimento de resistência, se valia a pena ou não. Os analistas gráficos da corretora sempre indicam como pontos de entrada os suportes e as resistências. Entra-se quando cai ao suporte, ou quando supera a resistência.

Eu comprei Vale e Petro perto do rompimento de suas resistências, fato que acabou por acontecer poucos dias depois. Valeu a pena? Valeria, se eu tivesse realizado. Mas como fiquei encarteirado, não valeu não.

A conclusão, que pode estar errada mas é a de momento, é de que numa estratégia de longo prazo a compra deve ser perto do suporte, e não no rompimento da resistência. Deve-se comprar num bom retorno para abaixo de médias móveis de 60 dias, pelo menos, que geralmente é uma área de boa compra. Mas com um detalhe, em papéis com tendência de alta no semanal ou mensal, para garantir que a baixa é momentânea. Ou papéis confiáveis, de empresas com ótimos fundamentos.

Como conseguir isso? Paciência, muita paciência. Evitar entrar na onda, no fervor de compra dos mercados de alta. Esperando, um dia cai, sempre cai. Aí é a hora de entrar. Deixa cair bem, e quando todo mundo nos fóruns estiver gritando e xingando o papel, aí é a hora de comprar.

Por falar nisso, estamos chegando perto de uma hora dessas. Acho que a queda ainda está no meio (olhando gráficos semanais é isso que parece). Quando o desespero do povo estiver no máximo, vou tirar toda a grana da renda fixa e aplicar em blue-chips. Aí pego a subida de volta toda, e recupero a queda em dobro.

Caindo...

Tem um lance aí no momento que é engraçadinho... eu passei os últimos tempos preocupado com a queda que viria. E não é que quando veio, eu estava totalmente comprado e não fiz nada?

O que isso me ensina é que estou precisando mesmo de um curso de análise gráfica, para aprender a usar melhor os indicadores, e a confiar mais nas análises. Fiquei assistindo a queda, dia-a-dia, sempre com a dúvida do que aconteceria no outro dia. Sempre acreditando que talvez a recuperação viesse logo. Ela não veio, não até agora.

Outras considerações - a estratégia swing que eu usava antes cada vez mais me parece melhor que essa de longo prazo. Veja, eu entrei no rompimento das resistências (um pouquinho antes) em Vale5 e Petr3. Depois disso, subiram legal todas duas. Eu poderia ter realizado um lucro muito simpático. Mas deixei rolar, e a queda veio, sorrateira, um pouquinho a cada dia. O resultado é que todo aquele ganho se foi, e mais, os preços caíram bem abaixo do valor que comprei. Todo o movimento de subida que eu peguei, foi anulado. No final das contas, ter ficado comprado nesse tempo foi só... perda de tempo. Ainda que recupere o ganho no futuro, o que é muito provável, esse tempo aí foi perdido, simplesmente.

Mas por que troquei de estratégia? Ganância é a resposta. Aquelas subidas empinadas que aconteceram em vários papéis, depois do investment grade, me deixaram por demais iludido. Ao invés de garantir meus 10% desejados de antes, passei a pensar que deixar o investimento parado levaria a ganhos maiores. Até deu, Petr3 chegou a 16%, mas mesmo assim eu não realizei.

Ensinamentos disso tudo - já falei do curso, ali em cima. Outro é se ater mais a uma estratégia consistente. Evitar entrar no jogo da ganância. Ser mais cauteloso, quem sabe. Garantir os ganhos mais cedo, já que dinheiro bom é dinheiro no bolso.

Considerações sobre o momento

Mercado em queda é outro jogo, bem mais difícil. É a hora que os principiantes como eu se assustam e entregam valor para os profissionais. Só que eu não pretendo entrar nessa pilha, até porque já fiz isso em crises anteriores. Essa é a terceira ou quarta crise que atravesso, nessa curta carreira de investidor.

O fato é o seguinte - eu estou comprado, em VALE5, PETR3 e VCPA4. Mais concentrado na Vale que nas outras. De todas, só a Petro tá positiva, mas em muito pouca coisa. Na Vale tenho um prejuba bem grandinho pro meu gosto, e na Votorantim tô uns tecos abaixo.

Eu fiquei assistindo a queda, pensando a cada dia o que fazer, e sempre concluindo que o melhor era ficar quieto. E quieto fiquei, não vendi nada. Por quê? Porque minhas posições são em empresas altamente sólidas, em que a chance dos preços se recomporem mais à frente são enormes. Vender agora seria realizar um prejuízo grande e desnecessário, coisa que não pretendo fazer.

Por outro lado, penso em fazer uma jogada na Vale, aproveitando a queda. Poderia vender, todas ou uma parte das minhas ações, e recomprar mais abaixo. Seria possível, ao menos em tese, comprar mais ações com o mesmo dinheiro. Só que é tudo altamente incerto. Será que cai o suficiente para valer a pena? Porque a jogada não é isenta de custos, vai corretagem e taxas na saída e na nova entrada. Pra dar certo a queda tem que compensar esses custos com alguma vantagem. Vou fazer uns cálculos para ver se dá jogo aí.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A perda ensina mais que o ganho

Perder dinheiro dói. Mesmo quando não é de verdade. Faz a gente repensar tudo que tá fazendo, em busca de erros que possam ser consertados.

Percebi hoje que o que me aconteceu com a GGBR4 me influenciou demais, e não foi num bom sentido. Eu fiquei com uma impressão ruim de perda, porque vendi a ação a 64 reais, e depois disso ela subiu até 82. Foi uma perda hipotética, uma perda do que poderia ter ganho e não ganhei.

Com base nesse caso, eu deixei a estratégia vencedora de abril, e tentei operar em maio com uma estratégia mais de longo prazo. Mudei o foco, e me preparei para enfrentar o sobe-desce das cotações com mais calma, aguentando as quedas momentâneas do caminho.

Bom, no princípio tudo estava ótimo. Porque tudo sempre fica ótimo quando a gente tá ganhando, quando tudo está subindo. Petrobras e Vale romperam resistências e atingiram topos históricos, e eu compradão e feliz. Mas veio a queda. E eu naquela de suportar as quedas do caminho, nem me importei. Fiquei só olhando, e pensando em ver onde acabava a descida para comprar mais.

E nessa tocada, maio se foi todo. Encerrei apenas duas operações no mês, todas duas com lucro, mas nada muito significativo. Vendi WEGE3 com 7%, e joguei fora MMXM3 com apenas 2% de valorização num erro com stops. Pouco ganho para um mês inteiro.

Pode bem ser que na hora que a maré virar pra cima de novo, eu repense tudo isso que estou escrevendo. Mas hoje, me parece que a minha estratégia anterior, bem swing-trade, era melhor que essa de hoje. Pelo menos o ganho era bem mais palpável, aparecia na conta diretamente. A ganância de ganhar mais, de aproveitar os canais inteiros, me levou a mudar de tática, e o resultado nos números frios não está sendo grande coisa. Talvez seja melhor voltar ao foco anterior de realizar lucros dentro de canais pré-definidos.

Afinal de contas, lucro bom é lucro no bolso, e não o lucro teórico das cotações do momento. E se eu alcançar com consistência minha meta de ganhar pelo menos uns 2 a 3% sobre o total investido todo mês, tá mais que bom, tá ótimo.

Operação mais do mesmo

Um dia qualquer aí pra frente eu vou achar que foi uma boa tacada, mas hoje estou achando uma grossa cagada (desculpem o palavreado chulo). Comprei mais 100 ações da Vale, a 53,00 reais.

Por que foi um erro? Simplesmente porque ela passou o dia todo caindo depois disso, e fechou abaixo dos 52. Eu podia ter esperado mais para comprar. E por que não esperei? Porque ontem ela teve uma boa alta, saindo do ponto 30 do IFR, que é uma zona de compra boa. Achei que hoje continuaria a alta. E na abertura, até que continuava. Comprei lá pelas 11 horas, nem lembro mais, e estava subindo um pouco. Mas depois que eu comprei, nem 5 minutos depois, estava caindo feito meteoro. Impressionante.

Resultado disso - dor de cabeça. Não das que dói mesmo, mas daquelas iguais a quando o time da gente perde. Não paro de pensar nisso, e de me recriminar pelo erro.

Bom, no momento estou concentrado em VALE5. Quase 300 ações. Tenho um lotezinho de PETR3 com pequeno lucro, e um outro de VCPA4 também com pequeno lucro. Posição pouco entusiasmante no momento.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Hora de comprar?

Petrobras e Vale estão com preços apetitosos. Caíram um bom bocado nas últimas semanas, deixando um espaço considerável para recuperação, considerando os topos históricos alcançados anteriormente.

Só que... tem as dúvidas. Vamos ver quais são elas?

- Primeiro, atingimos o fundo? Ou vai cair mais ainda? Se esse é o fundo, essa queda é realização forte de lucros. Mas, se a queda for por conta de algo mais estrutural, tem espaço para cair muito ainda. Tem gente por aí acreditando em uma queda até os 60 mil pontos no Bovespa, ou até mais, em um cenário de contração. Eu não sei. O que sei é que não dá para subir para sempre. Uma hora tem que cair.

- Segundo - para comprar Vale5 ou Petr3/4 eu precisaria vender as VCPA4 que tenho. Mas as VCPAs estão claramente em alta, com todos os indicadores de alta. MACD positivo em todos os tempos, IFR positivo também e tal. Vender agora não parece boa idéia. Para ser sincero, o único argumento a favor da venda é que nesse papel estou no lucro. Nem é um grande lucro, mas é lucro. Venderia um papel em lucro para comprar os outros que tem grande potencial de alta em um futuro próximo. Teoricamente é uma boa idéia, mas na prática... não sei.

Outra possibilidade para efetiva uma compra seria eu investir mais. Depositar mais uma graninha na conta da corretora. Não é má idéia. Vou avaliar melhor essa hipótese.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Tempos de paradeira

Tem horas que me sinto um tanto perdido no mercado. Agora, por exemplo. Estou com dinheiro da venda das WEGE3 parado, e não sei onde aplicar, em que papel.

Petrobras e Vale caíram bastante em relação a seus topos históricos, o que em si já é uma oportunidade. Acho que dá uns 10% em qualquer das duas, de possibilidade. Mas ao mesmo tempo não sei se já caíram tudo que deve cair, se já estão no fundo. Preciso analisar com mais cuidado, para não entrar no meio da queda.

VCPA4 continua andando de lado, sobe um pouco, cai um pouco no outro dia. Hoje passeou acima do meu preço de venda, mas bem pouco, nada que justifique venda. Mas confesso que pensei em vender elas hoje para comprar VALE5, que estava praticamente no mesmo preço.

Dei uma olhada hoje em MMXM3, e que raiva, passou dos 56. Eta stop bem inútil esse que coloquei. Saí do jogo na hora mais imprópria. Outra que me dá raiva quando olho é a GGBR4. Vendi a 64, com uns 10% de valorização, e agora tá nos 80. Se eu pelo menos tivesse entrado de novo depois da quedinha que teve quando eu vendi... mas nem isso, fiquei de bobeira e perdi esse baita bonde.

Estou precisando parar um dia e fazer um monte de análises de vários papéis, determinar pontos de entrada, encontrar oportunidades para junho. Geralmente faço isso nos finais de semana, mas nesse último não fiz. Talvez uma tarde dessas, quando a preguiça passar.

O pano de fundo disso tudo é que continuo achando que uma queda tá vindo por aí. Deve ser por isso a falta de entusiasmo para analisar novos papéis.