terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quatro perguntas decisivas para o investidor

Creio que se um investidor conseguir responder apropriadamente a apenas quatro perguntas,  consegue se dar bem no mercado de renda variável. São elas:

1 - O que comprar?
A questão é definir qual ação, ou quais ações comprar para compor a carteira. Não pode ser uma decisão aleatória, do tipo qualquer uma. Qualquer uma não serve. Tampouco é sempre a melhor decisão comprar a mais vendida, ou a de maior volume. Muitas vezes um negócio de muito mais chance de ganho está em ações pouco divulgadas, das quais pouco se ouve falar. Um exemplo típico é a minha aposta em FESA4, que está levantando minha carteira do pântano em que caiu no ano passado. Na mesma data comprei PETR4, maior bluechip da Bovespa, maior empresa da América Latina, etc e tal, que não rendeu nem 10% da valorização da outra!

No meu começo como investidor eu comprava ações de empresas que conhecia. Foi assim que comprei Petrobras, Vale, Natura, Gerdau. Em nenhuma eu diria que a escolha foi errada, já que são empresas sólidas e de bom desempenho, mas tampouco foram grandes oportunidades de ganho.

Hoje eu tento comprar com base em uma análise fundamentalista um pouco mais elaborada. Não chega a ser uma verdadeira análise de fundamentos, uma vez que não sei calcular o fluxo de caixa descontado, por exemplo, e nem entendo direito alguns dos indicadores deste tipo de análise. Mas é uma escolha que leva em conta alguns fatores típicos dessa linha, como P/L, P/VP, DY, endividamento, margem líquida e retorno sobre capital investido. Procuro empresas lucrativas, bem geridas, que não estejam sendo vendidas com múltiplos muito inflacionados. A Magic Formula me assiste nessa empreitada.

2 - Quando comprar?
Nos preceitos estritos da análise fundamentalista, esse é um quesito de menor importância. Mas como eu não sou tão ortodoxo assim, é nessa hora que eu uso a análise gráfica. Depois de ter decidido por um conjunto de papéis de bons fundamentos, vou ver nos gráficos aquele que me parece no melhor ponto de entrada.

Só que a decisão não é nada simples, a esse ponto. Por um lado seria muito interessante comprar um papel que estivesse momentaneamente abaixo (ou próximo) de suas médias móveis, sendo que as de mais longo prazo deveriam ser ascendentes. Também seria interessante ver um belo pivot de alta configurado. Mas este é um momento ideal um tanto difícil de encontrar em mercado de alta. Então, apenas evito comprar papéis com indicadores muito esticados, sobrecomprados no IFR. Melhor esperar outro momento ou procurar dentro dos papéis selecionados aquele que estiver em melhor momento.

3 - Por quanto tempo manter?
Agora começa a ficar difícil. Sei que é importante estabelecer de princípio os objetivos para cada operação, mas ainda não consigo fazer isso com clareza. Algumas possibilidades dentro dessa questão seriam manter até que o papel atinja o preço justo. Mas qual é o preço justo? Tem analistas e corretores que calculam, usando valuation. Eu não sei fazer isso e não confio inteiramente em análises alheias, então fico sempre inseguro.

Como tenho agido a respeito? Depois de muitos erros por vendas precipitadas, estou tentando manter os papéis em carteira por períodos mais longos. Não me agradam valorizações de apenas 10 ou 20%, acho pouco. Se isso é tudo que se poderia obter no papel, então a escolha do papel foi errada. Posso estar sendo por demais ambicioso, mas meus objetivos são bem maiores em cada aposta. Quero 50 ou até 100% de valorização em cada aposta. Pelo menos nesse cenário atual de forte valorização.

4 - Quando vender?
A resposta dessa questão está intimamente ligada à da anterior, mas também me remete às duas primeiras. A venda deveria ocorrer quando os objetivos forem atingidos, mas creio que não se deve ser xiita a respeito. Uma análise do contexto, do cenário amplo deve ser feita para decidir se os objetivos inicialmente traçados ainda são válidos, tanto para cima quanto para baixo. Será que ainda poderia ir mais adiante? Talvez sim, se o mercado como um todo estiver em período de alta. Será que é hora de esquecer os 100% e garantir uns 50% imediatamente? Novamente vai depender do cenário, o que torna a resposta demasiado imprecisa.

Em termos técnicos, o momento da venda poderia ser quando os indicadores fundamentalistas ficarem esticados demais (P/L acima de 10, P/VP acima de 3, por aí), o que indicaria uma empresa sobrevalorizada. Mas não estou certo destes números.

Se for basear pelos gráficos, a venda poderia ser feita na perda de um suporte importante, em cenário de queda (não tem porque vender em alta, não é mesmo?). O problema no uso da análise gráfica para venda é a esperança de que a queda seja revertida no dia seguinte. Tanto já me dei mal esperando demais por reversões que não vieram, quanto tentando me proteger de quedas que não continuaram, de modo que essa questão está longe de ter boa resposta para mim.

Conclusão
Talvez eu possa deixar de me considerar um "novato na bolsa" quando tiver respostas apropriadas e consolidadas para essas quatro perguntas. Quando eu operar com base em uma estratégia consistente e bem definida, em que todas estas questões estão bem equacionadas desde o princípio. Como creio que isso ainda está um tanto longe de acontecer, devo ser "novato" por um bom tempo ainda.

sábado, 26 de setembro de 2009

Registro semanal 25set

Mais uma semana se foi. Vamos ver como andam as minhas posições.


Nesta semana obtive uma valorização de apenas 0,14%. Ínfima mesmo. Mas é isso aí, sometimes we're up, sometimes we're down. Faz parte dessa brincadeira. Acho até que nessa próxima semana deve dar uma caída geral, está precisando de uma aliviada nos indicadores depois de tanta alta. Faz bem para o mercado realizar de vez em quando.

O que eu verdadeiramente ando pensando é por que não fiz um balanceamento de carteira lá no início do ano. Era uma coisa tão óbvia de fazer... e eu certamente pensei nisso. Li muito sobre allocation, acho a idéia bem apropriada, mas não fiz.

Sabem por quê? Emoções atrapalhando, de novo. Não quis tirar grana do time que estava ganhando (CDB) e enterrar no que estava perdendo (Ações), apesar de saber muito bem que no longo prazo era o mais certo a fazer. Foi como se eu desafiasse as minhas ações, algo como "enquanto vocês não voltarem ao que eram, não ganham nem um trocado". Minhas meninas más ficaram de castigo.

Convenhamos, mais uma bobagem para o meu catálogo de erros. E mais um exemplo de como as emoções entram insidiosamente nas decisões a serem feitas. Por isso eu não gosto de simulações. Não há impacto de emoções em simuladores. Tudo é possível, nada custa um real que seja, fica muito irreal.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Investment Grade by Moody's

Lembro bem do primeiro Investment Grade que o Brasil recebeu, da Standard & Poors. Maio de 2008. Que pulo deu a Bolsa! Eu estava totalmente líquido na época e fiquei fulo da vida por perder a boiada daquele dia. Interessante que naquele momento eu pensava que se aproximava uma bela queda, e o que aconteceu foi o contrário. Não que eu pensasse que o IG ia provocar queda, eu achava era que tudo já tinha subido demais.

Aí, pouco tempo depois, veio o segundo Investment Grade, da Fitch. O trouxa aqui, que tinha perdido o trem anterior, pensou que poderia se repetir o efeito... mas que nada! Filme repetido não provoca as mesmas gargalhadas! E foi bem na beirinha de começar o longo movimento de queda, se não estou enganado. Tomei uma decisão estúpida de seguir a manada e apostei em mais alta. Nem preciso dizer que me dei mal.

Ouvi na rádio CBN, no caminho de casa, que hoje saiu um terceiro Investment Grade, agora da Moody's. Fiquei pensando, que efeito será que vai provocar? Já estamos em uma tendência forte de alta, será que esse elemento a mais muda alguma coisa?

Um lado interessante desse terceiro grau de investimento é o momento que acontece, ao sair de uma enorme crise, e o detalhe do Brasil ser o primeiro a receber nesse contexto. Mostra que o Lula não estava tão errado assim com aquela infeliz frase da "marolinha".

Momento histórico!

Depois de muito, muito tempo, finalmente minha posição em VALE5 voltou a ficar positiva! Pode ser que hoje caia de volta um tanto, sabe-se lá o que vem pela frente, mas fazia tanto tempo que eu queria ver esses numeros positivos!

sábado, 19 de setembro de 2009

Registro semanal 18set



Uma semana de boa alta na Bovespa,  e a barreira dos 60 mil pontos foi ultrapassada! Que recuperação, hein? Vários analistas apostavam em 50 mil pontos ou até 55 mil pontos em dezembro! Já ultrapassamos a marca ainda em setembro.

Bom, nada impede que venha uma bela queda aí nos meses à frente... eu não vejo nuvens pretas, mas tem gente já falando em bolha.

Considerações baixistas à parte, na minha carteira as notícias também são boas. Comparando os resultados desta semana com os da anterior, a carteira valorizou 5,27%. FESA4 já acumula 63,45%, é uma delícia até de olhar. E VALE5 finalmente, depois de muito, mas muito tempo, se aproxima dos valores positivos. No total, ainda estou 10% abaixo do capital investido, mas chegando cada vez mais perto.

Uma questão interessante - não verifiquei números exatos, mas tenho a impressão de que Vale e Petrobras estão para trás nessa corrida de recuperação. Penso isso porque vamos nos aproximando do topo anterior do Bovespa (73 mil pontos) e esses dois papéis ainda estão muito longe dos seus topos daquela época. Não sei se esses 13 mil pontos seriam suficientes para colocar as duas nos patamares anteriores, mas acho que não.

Em todo caso, nessas horas de recuperações e altas expressivas, a gente começa a fazer devaneios, sonhando com o momento em que aqueles topos antigos voltem. Num cenário hipotético desses, minha carteira apresentaria valorização de mais de 40%. Ê... sonhar é de graça, não é mesmo?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

60 mil pontos!

Que recuperação estamos assistindo, hein? Quem diria lá no início do ano que seria desse jeito? Naquela época, as grandes dúvidas eram se o movimento do Bovespa seria um L ou um V. Acho que não está configurando nenhum dos dois especificamente, já que o ângulo de subida nem é tão pronunciado como no V, e nem tão horizontal como seria no L. Mesmo assim é um belo movimento de recuperação.

De qualquer modo, vamos convir, é uma delícia assistir um movimento de alta como esse. Lembro do segundo semestre de 2007, quando eu ainda operava com fundos. Tinha aplicações em 4 fundos diferentes, e todos eles operavam bem positivos. Foi a época áurea da valorização da Petrobras, quando obtive 50% de valorização nela contra 14 ou 15% da Bovespa no período. Lembro que acompanhava com menos frequência que hoje, algo como a cada semana ou menos, mas cada vez que olhava o saldo ele era maior que na vez anterior. Uma beleza.

Hoje eu sei bem que não tem mercado que suba sempre, e se tem esses dias fantásticos de alta, também tem os tristes de baixa. Não cabe se iludir com o saldo que o novo gadgetzinho mostra a cada minuto, pois aquilo não é real, é só uma posição momentânea. Só se torna real na saída, na venda, o que não pretendo fazer por hora. Mas mesmo sabendo disso tudo, tendo plena consciência da fugacidade daqueles números, devo dizer que eles me encantam quando são tão positivos... vejo ali que só hoje a carteira valorizou mais de 800 reais! Não tem como não se alegrar com uma notícia dessas!

sábado, 12 de setembro de 2009

Novos gadgets no blog

Como é possível ver, há novidades no lado direito do blog. Troquei os pequenos gráficos intraday de cada ação por um novo gadget que mostra a variação e as cotações de todos papéis que tenho em carteira, e ainda calcula os meus ganhos.

Coloquei também um pequeno gráfico intraday do IBOV para mostrar o humor do mercado. E lááá no fundo da página, tem um outro gadget novo que me pareceu interessante, que mostra detalhes de cada papel e tem gráficos intraday e históricos. Ficou lá no fundo porque o tamanho dele é demasiado grande e não cabe na borda direita.

Passei horas configurando essas coisinhas, até que ficassem de um jeito que me agradasse minimamente. Ainda gostaria de retirar aqueles botões "+Google" que para meu gosto só ocupam espaço, mas não consegui. Não gosto de propagandas aqui no blog, mesmo as mais discretas. Me agrada o look clean, sem muita poluição visual.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Registro semanal 11set

Nine-eleven, huh? 9/11, data marcante para o mundo todo, depois do mega atentado terrorista às torres do World Trade Center e ao Pentágono, em 2001.

Mas, em termos da minha carteira de ações, um dia bem comum. Vale e Petrobras subiram um tantinho nessa semana, enquanto Ferbasa ficou estabilizada como Marcela disse que estaria.

Vamos ver como andam as coisas. Duas posições no lucro, uma rigorosamente empatada, e uma ainda em prejuízo. No geral, 14,50% abaixo do investido ainda, mas cada vez mais perto.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Qual será a da PETR4?

Com esse salseiro todo em torno de pré-sal, novo marco regulatório, aumento de capital e tal e coisa, como ficarão os papéis da Petrobras nos próximos 12 meses? Será que sobem, impulsionados pelos 30% de participação em todos os campos e perspectivas de ganhos turbinados, ou descem, por causa das incertezas relativas ao aumento do capital?

Eu quando penso em prazo bem longo não consigo ver nada de ruim no horizonte da Petrobras. Só pode crescer, só pode lucrar ainda mais. Tem tudo para isso. Mas nos próximos 12 meses não consigo ver nada com clareza. Tanto pode subir, tem motivos para isso, quanto cair, e também terá motivos.

Andei pensando até em fazer um swap de um ou outro lote de PETR4 por outro papel nesse período de incerteza. Mas quando olho os gráficos, vejo tudo que a PETR4 ainda tem só de recuperação (fora valorização mesmo) e perco a vontade de sair.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Abrindo em alta

Semana nova, esperanças novas. Será que a temporadinha de baixa já se foi? Descemos até a metade do canal, nem foi muito. Mas em tendências fortes de alta as realizações não vão muito abaixo desse patamar mesmo.


Hoje o mercado abriu em alta. Vamos ver se fica por aí, ou se alguma notícia desagradável ao longo do dia arrefece os ânimos dos compradores.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Registro semanal 4set


Taí, para lembrar depois. Nenhum comentário específico a respeito.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Controle da rentabilidade

Tem uma questão que Alexander Elder enfatiza em seus livros que embora eu sempre tenha concordado, só há poucos meses coloquei em prática. Ele diz que os bons investidores sempre mantém controles precisos da evolução de seu patrimônio, além dos registros de trades. E mais, ele prega que o principal controle de rentabilidade seja exatamente a evolução do patrimônio (por patrimônio entende-se todo o conjunto de investimentos e mais o dinheiro em conta).

Criei uma planilha simples para fazer este acompanhamento, a partir de dados que coleto dos extratos bancários mensais e desses meus registros das posições das minhas ações que faço aqui no blog. A partir deste controle descobri dados bem interessantes:

Neste ano meu patrimônio já cresceu 32,67%. Mas a maior parte deste belo resultado não é resultante da alta das ações, mas sim de rendimentos do trabalho (extra-salário).

Especificamente nos investimentos em ações a minha carteira valorizou 38,43% neste ano. Bem menos que a Bovespa, vejam só... se o dinheiro tivesse aplicado em um fundo Bovespa qualquer teria dado mais grana. Bom para perceber que o que se ganha investindo por conta própria nem sempre é mais dinheiro. Para ter uma performance superior ao Bovespa o investidor tem que ser MUITO bom, o que ainda não é o meu caso.

Os investimentos em renda fixa valorizaram apenas 5,69%. Ridículo, não é mesmo? Mas é o preço da segurança. Quantas vezes no ano passado olhei o saldo da renda fixa com aquele pensamento de "ah se toda a grana estivesse na renda fixa...". Então não cabe agora ter o pensamento inverso. A alocação foi definida há muito tempo, 50-50 fora saldo em conta. Já é um perfil para lá de arrojado, segundo qualquer autor. (vale lembrar que a carteira de ações ainda está com rentabilidade negativa sobre o total investido...)

E para terminar, neste último mês meu patrimônio teve uma valorização de 2,15%. Considero boa nesses tempos de juros em queda. E aí o resultado é devido quase totalmente às ações (valorização de 8,19%), porque a renda fixa continua na sua miserinha (0,70%), e neste mês não teve nenhuma renda extra de trabalho, pelo contrário, gastei mais que ganhei.