quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mas tá difícil...

Quando decidi começar a operar na Bolsa, nesse ano, separei uma parte do meu capital aplicado só para isso. Dinheiro de longo prazo, sem perspectiva de uso próximo. Um pouco mais da metade do que tinha investido foi para esse caminho, configurando um perfil algo agressivo, coerente com o que pensava (e ainda penso) naquele momento.

Hoje acumulo perdas de 20% do capital investido, até o momento. Não faço a conta considerando o valor que as posições já tiveram em seus topos porque aí ficaria muito pior. É perda que não acaba mais, e dói no bolso pracas. Para minha surpresa, até que estou aguentando bem essa fase. Não pretendo desistir. Na verdade, estou mesmo é esperando a reversão vir, para recuperar as perdas.

Só que a tal da reversão parece que vai demorar mais. Ainda restam muitas dúvidas se essa queda, apesar de grande, é um daqueles soluços que vem de tempos em tempos, ou se é mercado de baixa mesmo, durável e destrutivo, que pode levar os preços para níveis nem imaginados, 60, 70% abaixo dos seus topos.

Uma coisa que não sai da minha cabeça é que isso era de certo modo previsto, eu mesmo já vinha falando dessa queda que viria. Quando as revistas em uníssono estampam reportagens com sujeitos ganhando 1 milhão de reais na bolsa, é porque a festa está no fim. A regra não é minha, está nos livros que li, acho que no Alexander Elder. Talvez alguém mais inteligente (ou menos estúpido, ou menos esperançoso) que eu tenha tirado seus trocos da bolsa ao ver esses sinais, e esteja até agora olhando de fora, esperando a verdadeira melhor hora de entrar. Olhando agora, depois de tudo, essa é claramente a atitude certa que deveria ter sido tomada. Mas de volta a uma expressão que já usei antes, previsão do passado é ciência exata. Esse negócio parece livro de Agatha Christie, quando você descobre o assassino, no final do livro, se dá conta de que as informações já estavam todas disponíveis ao longo do livro, faltava mesmo era consolidar.

Notícias do front: Hoje bateu stop na BTOW3, logo na abertura. Mais uns 400 pila que se vão numa aposta errada. As BBAS3 e ELET3 ainda se aguentam acima dos stops configurados. Ainda assim, penso em encerrar essas posições e "sentar em cima da mão", esperando mesmo o fim da crise.

O cenário atual é triste - o IBOV perdeu os 58 mil pontos, a Petr4 caiu abaixo dos 35 reais, e mais uma vez tudo foi ladeira abaixo junto. Vale despencava 5% na última vez que olhei o HB.

É mercado de baixa mesmo, e parece não ter fundo. Um detalhe interessante a considerar, lembrei da Carla ao ler - a PETR4 voltou a cotações de quando o pretróleo estava a 80 dólares o barril, dólar a 1,75, ainda antes de Tupi e tal e coisa... e o pior é que nem dá sinal de fundo! Próximo suporte aos 33, vamos ver se respeita. É capaz de cair mais, do jeito que as coisas estão.

5 comentários:

  1. A bolsa brasileira é composta principalmente por ações de COMMODITIES - PETR, VALE, GGBR, CSN, USIM. A alta exagerada do petróleo gerou a inflação mundial, aumentou os custos para as empresas, que cobram mais caro por seus produtos, vendem menos, e despedem funcionários. Tudo isso acaba diminuindo a demanda por commodidites. Então, elas ficam mais baratas. Aí a Bovespa cai. Mas a economia tem ciclos. Um dia o crescimento econômico mundial volta ao desejável. E então, estaremos preparados para voltar à Bovespa. Tomara que não demore, porque eu também tenho um preju da GGBR -15% pra recuperar... hehe...

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  2. É isso aí, Carla, são ciclos de alta e baixa.

    A grande dúvida é quanto tempo vai durar o ciclo de baixa. Pode durar uns poucos meses, mas pode durar um ano ou mais. E quanto desce nesse movimento é também outra dúvida, porque em outros bearish markets houve queda de até 80%, no ibov dolarizado.

    O que eu ando pensando é o que seria o estopim para uma reversão. Que tipo de notícia, de fundamento, poderia por fim a esse movimento de queda geral. No momento não vejo nada no horizonte com esse poder.

    Mas também pode ser que nem se precise de algo "estrepitoso", a reversão pode vir com pequenas altas consistentes, dia-a-dia, semana a semana. Sabe lá... tudo é dúvida no momento.

    Hoje chegamos pertinho do ponto mais baixo do ibov do ano. O que quer dizer que toda aquela valorização do investment grade já foi para o ralo, junto com Tupi, com aumento do petróleo, com aumento no minério de ferro.

    Na minha análise amadora, estamos em um ponto ótimo de compra para longo prazo, mas eu resisto a esse pensamento porque achei isso também quando a Vale chegou nos 49, e quando a Petro bateu nos 45. Agora estou esperando sinais mais consistentes de reversão.

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  3. Lidar com as perdas não é fácil, mas encare isso como o seu custo de aprendizado, como um MBA intensivo que vc não teria como realizar de outra forma. E o aprendizado só vale se for pra valer, não vale faz-de-conta nem papertrade. Creio que o aprendizado que ganhamos no mercado extrapola e muito a questão financeira, embora seja só por ela que faz sentido continuar.
    Quanto a continuidade e duração do mercado de baixa, ninguém, mas ninguém mesmo, sabe.
    Quanto a pensar em compra, uma sugestão : se atenha ao básico, trace LTB's (ou respeite as médias móveis) e só pense em compra qdo houver corte confirmado delas, junto com divergências dos indicadores. Não pense exclusivamente em recuperar suas perdas, pense em operar bem que certamente os ganhos virão.

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  4. É isso aí Rodrigo, a coisa não tá boa não. Lá no Blog tô há 3 semanas dizendo que a vale reverte e nada. Ontei postei de novo por que a divergência é cada vez mais nítida. Porém é no gráfico diário e enquanto o gráfico semanal não reverter não entro nem a pau.
    Acho que chegou a hora de estudar CDB, DI e tesouro direto.
    Abraços

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  5. Opa, dois comentários de dois Marcelos! Ou serão do mesmo Marcelo os dois?

    Respondendo ao primeiro Marcelo - o custo das minhas perdas ainda tá no patamar de um curso de extensão, he he he! Se estivesse nos 11 mil que paguei no MBA da FGV eu estava arrancando todos os cabelos!

    Concordo contigo que para aprender tem que meter a cara, entrar no jogo e tomar decisões, certas e erradas. Operação simulada, como no folhainvest, não ensina tanto como operar de verdade, já que as perdas são todas hipoteticas e o cara sabe disso.

    No jogo de verdade, em que os custos de corretagem fazem todas as apostas começarem já no negativo, as decisões são muito mais cruciais. Uma bobeadinha qualquer leva 100, 200 reais num instante.

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