sábado, 19 de janeiro de 2008

Segunda aplicação

O erro com ações da Petrobras não tirou minha vontade de aplicar em ações. Decidido a voltar ao mercado, mas ainda sem qualquer conhecimento de como aplicar diretamente, resolvi voltar aos fundos. Mas escolhi outros fundos, agora do Banco Real.

Apliquei 20 mil reais em dois fundos, 10 mil em cada. Um era focado em empresas caracterizadas por ações de responsabilidade social, outro por empresas caracterizadas como boas distribuidoras de dividendos. O momento era fevereiro de 2007.

A aplicação passou meses só valorizando, pouco a pouco cada mês. E eu bem satisfeito com elas, achando que agora tinha encontrado o caminho certo. Acompanhava a evolução dos saldos pelo menos duas ou três vezes por semana, sempre vendo os números avançarem.

Mas, em julho de 2007 veio a crise do subprime americano. Amigos de trabaho começaram a aconselhar a tirar os investimentos da bolsa, antes que fosse tarde. Eu entrei na onda. Olhei o saldo atual dos fundos, estava com um ganho sobre o capital investido de uns 5%, o que me pareceu ainda aceitável. As ações já estavam em queda neste momento, pois eu chegara a ter um ganho de mais de 15% antes.

Dei a ordem de retirada total dos dois fundos. E descobri então que nos fundos, a ordem só é executada no dia seguinte, e vale a cotação de fechamento. Os dois dias foram de intensa queda. O valor que efetivamente voltou para minha conta era pelo menos 5% menor do que o capital investido. Perdi dinheiro.

Aprendizados.

- Fundos de investimentos não são ágeis o suficiente em crises. O mecanismo D+1 torna impossível planejar direito uma saída. Aplicar diretamente em ações, em contextos turbulentos, é bem mais seguro.

- Entrei com idéia de longo prazo, mas na primeira crise mudei de estratégia e decidi sair, influenciado por outros. Mudei minha estratégia no meio do jogo.

- Sair até que não seria um grande erro, pelo contrário, se tivesse conseguido fazer exatamente na hora desejada. Mas sair no meio da queda, sem garantia nenhuma da cotação, foi burrice. Me dei bem mal, sem necessidade.

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