quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Relatório de uma operação bem sucedida

Hoje saíram os valores finais das minhas aplicações nos fundos de ações. Por conta da "adorada" regra D+1 na saída, a cotação de fechamento de ontem é que valia. Mas me dei bem nessa, pois peguei dois dias de leve alta nessa saída. Sorte pura, nada mais que isso (na saída).

Bom, vamos então aos resultados. Analisando o investimento como um todo, fui muito bem sucedido, desta vez. Somando todas as aplicações em ações, no período de 4/set/07 a 14/fev/08, tive rendimento líquido de 21,70%. Para comparar, a minha aplicação em renda fixa neste mesmo período rendeu apenas 2,58%.

Abrindo um pouco mais os números:

- Fundo de ações Petrobras - rendimento líquido de 49,86%

- Fundo de ações Vale - rendimento líquido de 12,11%

- Fundo de ações Bovespa - rendimento líquido de 10,69%

- Fundo de ações Pibb - rendimento líquido de 14,12%

Agora, um detalhe interessante para colocar na lista de aprendizados. O total que paguei de imposto de renda foi R$ 341,24 , que representam 2% do total de rendimentos. Esse dinheiro não precisava ser desperdiçado em impostos. Se a operação tivesse sido direta em vez de em fundos, esses 2% se somariam ao meu rendimento líquido, uma vez que o total resgatado não ultrapassou 20 mil em um mês.

Sintetizando os aprendizados em mais esta tentativa, posso dizer que desta vez o saldo foi positivo, em quase todos os sentidos:

- Pude aprender muito sobre como funcionam os mercados, já que desta vez acompanhei de perto a evolução das cotas e das ações que compunham cada fundo;

- Pude perceber as desvantagens de aplicar em fundos de investimentos, ao invés de aplicar diretamente nas ações;

- Reafirmei as dificuldades impostas pela regra D+1 na saída, que impossibilitam o planejamento e transformam o investimento em loteria;

- Consegui atravessar uma crise comprado, sem me desesperar e nem fazer bobagens, como saques em hora errada. Esperei o retorno à normalidade, e me beneficiei com isso. Foi uma decisão pensada, embora não embasada em certezas, de acreditar que a crise era uma reação exagerada, ainda sem fatos como suporte, e que seria revertida pelos bons fundamentos da economia brasileira.

- Pude aprender também muito sobre a gangorra emocional que a gente atravessa quando está comprado e enfrenta uma crise. A dificuldade de decidir em ambiente confuso, sem diretrizes claras. Isso me fez perceber com mais clareza a necessidade de determinar uma estratégia de aplicação desde o princípio, e de se ater firmemente a ela.

- Pude ver durante a crise a variedade de opiniões divergentes entre os analistas, cada uma apontando um caminho diferente, e a sensação de estar perdido que a gente sente numa hora dessas, tendo que apostar para onde o mercado vai, sem certeza alguma.

- Aprendi a valorizar o lucro no bolso, em vez das cotações ilusórias no saldo das aplicações com resgates não realizados. Melhor garantir um lucro menor que ver se esvair um bom ganho na esperança de ter mais ainda. É como aquele ditado, "quem tudo quer, tudo perde".

- Aprendi também a valorizar os stops de perda, que resguardam os ganhos em cenários turbulentos, ainda que às custas de nunca se obter o ganho máximo do canal. Desta vez eu saí ganhando, pois a crise foi revertida rapidamente. Mas eu não tinha proteção alguma, caso ela persistisse ou ficasse ainda mais intensa. Assistiria meu dinheiro evaporar dia-a-dia, impotente. É preciso configurar stops de perda de forma coerente e consistente, e aceitar de bom grado quando são acionados. Claro que será desagradável ser cortado numa queda, já que a esperança apontaria para a possibilidade de no futuro reverter. Mas é mais prudente. Sai com uma pequena perda, e entra de novo mais abaixo, quando se configurar uma nova subida.

Fechando, valeu a pena. Tanto financeiramente, quanto em aprendizados. Estou pronto para o próximo passo, operar por conta própria.

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