Com esse salseiro todo em torno de pré-sal, novo marco regulatório, aumento de capital e tal e coisa, como ficarão os papéis da Petrobras nos próximos 12 meses? Será que sobem, impulsionados pelos 30% de participação em todos os campos e perspectivas de ganhos turbinados, ou descem, por causa das incertezas relativas ao aumento do capital?
Eu quando penso em prazo bem longo não consigo ver nada de ruim no horizonte da Petrobras. Só pode crescer, só pode lucrar ainda mais. Tem tudo para isso. Mas nos próximos 12 meses não consigo ver nada com clareza. Tanto pode subir, tem motivos para isso, quanto cair, e também terá motivos.
Andei pensando até em fazer um swap de um ou outro lote de PETR4 por outro papel nesse período de incerteza. Mas quando olho os gráficos, vejo tudo que a PETR4 ainda tem só de recuperação (fora valorização mesmo) e perco a vontade de sair.
Nesse texto você chegou na essência do mercado financeiro: incerteza.
ResponderExcluirMas, eu, pessoalmente, não acredito que seja bom sair da PETR4 agora... Se eles não acharem petróleo, pelo menos acham sal de cozinha... :D
Abs,
Marcela :)
Não acredito que os inestidores tenham que mudar de planos em relação a PETR4 por causa das notícias que saem na mídia. Melhor manter a posição.
ResponderExcluirAbraço,
Marcela :)
Não seria por conta de notícias, Marcela, mas por conta de incertezas mesmo. Quem aí sabe como vai ficar o capital social da empresa depois do aumento de capital? O quanto isso tudo vai impactar nas ações?
ResponderExcluirMas pelo meu lado, na dúvida estou mantendo. Continuo acreditando que no bem longo prazo não tem como segurar a Petrobras.
Se bem que, se o Serra vier a ser presidente e a privatocracia do PSDB voltar ao poder, tudo muda. No reinado do FHC eles só não venderam a empresa porque não conseguiram.
Se um presidente privatizasse a Petrobras, suas ações disparariam!...
ResponderExcluirMas ninguém faria isso em sã consciência. É uma empresa estratética para o País.
Tem empresas que ficam melhor nas mãos do setor privado, Vale por exemplo, mas a Petro não, essa fica melhor na mão do Estado.
Eu confesso que não opero nenhuma empresa Estatal, neste governo. Eles estão mais preocupados em manter empregos, do que em fortalecer as empresas.
PETR, BBAS, tô fora...
Arnaldo, estive pensando melhor na Petrobras, e o que vejo para o longo prazo é que afora a possibilidade de recuperar o terreno perdido no ano passado, não me parece haver espaço para valorização muito forte dela. Pois se for comparar o valor de mercado dela antes da crise com o de suas pares petroleiras, ela já tinha chegado a um bom tamanho. Não me parece plausível pensar a Petrobras valendo mais que Shell, Chevron ou Exxon Mobil. Acho que ela até pode chegar até onde se propõe no seu plano estratégico, ser uma das 5 maiores. Já seria fantástico.
ResponderExcluirEm relação a questão de privatizar ela ou não, penso que isso ainda é questão importante só para os brasileiros. Os investidores lá de fora querem ver é o bottom line, e não tanto quem está comandando. Qual o lucro líquido, qual o EBITDA, qual a margem operacional, a quantas anda a evolução das despesas operacionais e do custo de produção, especialmente em comparação com outras empresas do mesmo setor. Essas são as questões lá fora, tanto que a tal da CPI pouco influenciou nos preços dela em NY.
E nessas questões, acho que a administração atual dela, apesar de ser parte e estar a serviço da máquina petista, está fazendo um ótimo trabalho nos números finais. Deve ter lá muitas sem-vergonhices, é muito provável, mas pelo que eu conheço, todas as privadas também têm, Opportunity que o diga. Idiossincrasias e favorecimentos são parte das organizações humanas, sejam estatais, privadas ou o que forem, na minha opinião.
Mas resta a incerteza cíclica das eleições presidenciais, e nesse quesito as estatais sofrem mais. Por incrível que possa parecer, tenho a impressão que todas as estatais tiveram um desempenho bem interessante nesse reinado petista. É algo que eu nunca esperava deles, e que custei a acreditar.
Gostei do debate.
ResponderExcluirVocês mandam muito bem nos textos!
Abs,
Marcela :)
Gostei da tua resposta, Rodrigo, é bastante madura.
ResponderExcluirEu gosto muito de debater política e economia, mas acho melhor não estendermos a questão política, afinal, ela não tem fim mesmo...
Tem razão quando diz que os estrangeiros preocupam-se com os resultados da empresa, e não com quem a comanda. Mas que a questão política e da CPI pesou, ah, isso pesou sim. A PETR sofreu bastante esses últimos dias.
Corrupção no setor privado não é da conta da população em geral, só de quem é diretamente envolvido. Já a corrupção no setor público é de interesse da população sim, pois é o povo quem paga a conta. Não podemos dizer que as duas são iguais, não são. O governo atual gosta de dizer que são iguais, assim eles são "perdoados".
Petrobrás e Banco do Brasil tiveram bons resultados não pelo atual governo, mas porque seguiram a onda, o PT nada mudou em suas estruturas administrativas.
Agora veja a Educação, a Saúde e a Segurança no país, estão tão "bem" quanto Petrobrás e Banco do Brasil? Pense e responda: Por que este governo cuidou da Petrobrás e do BB, mas não cuida da Educação, Saúde e Segurança?
Porque, é óbvio, para este governo é fundamental ter estatais fortes, mas Saúde, Educação e Segurança, bem, isso não tem pressa.
Ah, sim, além da Vale, as telecomunicações também ficaram muito melhor privatizadas.
Obrigado, Marcela!
ResponderExcluirDe nada. :D
ResponderExcluirAbs,
Marcela :)
Arnaldo, me agradam bons debates, o assunto é detalhe. Discuto política, futebol e religião numa boa, assuntos que costumeiramente se evita. Mas é fato que estes assuntos não são foco nesse blog.
ResponderExcluirEsse governo percebeu que a Petrobras era uma fantástica máquina de boas notícias, e usou tremendamente a seu favor. Campanha de autosuficiência, Tupy, Pré-sal, etc. Ganhou muito com isso tudo. Mas também fez muito mais pela empresa que o anterior, não há dúvida e os números da empresa mostram claramente. Lucros incrivelmente maiores, investimentos maiores, margens maiores. Convenhamos, esquecendo que é governo, são belos resultados para uma empresa.
Talvez eu esteja sendo inocente, mas eu realmente não faço diferença entre estatais e privadas. Nesse ponto sou como os estrangeiros, totalmente pragmático. Se os resultados são bons, o nome de quem administra pouco me importa. E entre dar dinheiro para uma família (Gerdau, VCPA) ou dar dinheiro para um partido, só o que me importa é o montante e o impacto no balanço.
Eu não sou muito chegado no conceito de que empresas estatais são propriedade do povo. Em que sentido? A única participação do Zé-povo no Banco do Brasil ou na Petrobras é a mesma que ele tem na Vale ou Usiminas, quando muito é cliente. Não ganha nada, não opina, não participa, não é sequer considerado.
Eu entendo o ponto de vista dos dois. E sobre os argumentos que foram apresentados, não existe nem o quê se contestar.
ResponderExcluirRodrigo, vou deixar aqui uma pequena sugestão (que pode ser seguida ou não): você poderia colocar um link aqui no blog para receber mensagens dos seus leitores.
Abraços,
Marcela :)
Marcela, seria uma espécie de 'email-me'? Posso colocar sem maiores problemas, mas como todos os comentários já são enviados diretamente para minha caixa de mensagens, não percebo grande diferença. Me diz aí, por que lhe parece que isso agregaria valor aos leitores?
ResponderExcluirIsso mesmo.
ResponderExcluirAs pessoas poderiam enviar comentários e sugestões com maior privacidade.
Eu, por exemplo, não escrevo determinadas coisas, que eu poderia dizer pessoalmente, na internet. Já tive tive muitos problemas na internet, então eu evito escrever algumas coisas que no futuro poderão se transformar em polêmicas.
Abraço,
Marcela :)
Rodrigo, esta tua última resposta está perfeita. Eu concordo com tudo o que você disse. Então, voltando ao motivo deste debate, você disse que temia pela Petrobras caso o Serra ganhasse a eleição. Se, como você disse, não faz diferença entre estatal e privada, por que temer a suposta privatização de Serra?
ResponderExcluir1. Nunca vi qualquer sinal de interesse de Serra/Alckmin em privatizar a Petro.
2. Se fosse privatizada, o que não será, suas ações iriam disparar.
3. Lula também é adepto de privatizações, está fazendo isso com estradas federais.
E finalizando a questão política: Este governo é extremamente competente na propaganda, na política, isso sim. No resto, é igual aos outros. E a parte econômica ele copiou tudinho de FHC, não mudou nada.
Arnaldo, muito boa sua colocação, me pegou no contra-pé e assim me fez ver a questão por outro lado. Muito legal, valeu.
ResponderExcluirNa verdade, devo dizer que não sou muito favorável a privatizações. Para mim são todas jogadas em que o estado (ou o povo, segundo aquela sua idéia de povo como dono) entrega o que tem por quase nada, e alguns poucos protegidos da corte fazem a vida com negócios fabulosos. A venda da Vale e da Telemar são casos emblemáticos. Alguém tinha que ser preso por crime de lesa-pátria por conta desses dois negócios.
Não é que eu seja contra a administração privada, ou pense que a administração estatal é melhor em algum sentido. Apenas penso que se o cara é melhor que o governo para levar aquele negócio adiante, vá lá e crie o seu, como faz Eike Batista. Com tamanha diferença de competência vai passar o negócio estatal rapidinho. Se não passar, é porque não era tão bom assim.
Então, me agradam demais as empresas privadas fortemente empreendedoras, como Gerdau e Votorantim. Para esses caras eu tiro o chapéu. Agora, aqueles que pegaram tudo pronto, como o Agnelli ou o Steinbruch, não me encantam em nada. Qualquer Gabrielli no lugar deles teria feito no mínimo o mesmo.
O que impedia a Vale de dar o salto que deu depois de privatizada não era a qualidade da administração, mas as regras que existiam à época. A Petrobras e as Teles sofriam do mesmo mal - não tinham liberdade de investimento, seus recursos eram administrados como parte do Tesouro. E eram fortemente contingenciados. Quando isso mudou, e a Petrobras (uma das poucas que sobrou...) pôde passar a agir como uma corporação mesmo, o que se viu foi um triplicar dos lucros. Tenho a plena convicção que se a Vale continuasse estatal, administrada como a Petrobras é hoje, teria alcançado no mínimo resultados muito semelhantes do que os que tem hoje.
Então, não é uma questão de ser estatal ou privada, é uma questão de sob quais regras são administradas as empresas, e do cenário favorável em volta.
Quanto às diferenças entre FHC e Lula na área econômica, realmente são difíceis de apontar. Embora eu certamente não seja um simpatizante do PT, creio que eles tem conseguido resultados melhores por serem mais pragmáticos, menos ideológicos que o PSDB nos anos 90. É incrivel que se diga isso dada a história dos dois partidos, mas é o que me parece. O PSDB encarnou demais a ideologia neo-liberal, mesmo no que ela tinha de mais daninho. O PT deixou de lado toda a sua ideologia ao chegar ao poder, e passou a jogar por resultados, no que me agradou bastante.
"Idiossincrasias e favorecimentos são parte das organizações humanas, sejam estatais, privadas ou o que forem, na minha opinião."
ResponderExcluirConcordo com o que disse o Rodrigo. Então, uma empresa ser privada ou estatal não faz muita diferança ao meu ver.
Sendo assim, estendendo um pouquinho debate, o que me incomoda não é o fato de uma empresa do governo ser privatizada. O quê me incomoda é maneira como ela pode ser privatizada e a fiscalização que deve (ou deveria) ser feita pelo governo após a privatização.
Abs, Marcela:)
Arnaldo,
ResponderExcluirDesculpe a minha falta de discrição. Mas, você é o único investidor que eu conheço que não tem petr4 na carteira. Quem sabe o único do Brasil (rsrs). Nada contra, isso demonstra muita personalidade.
Abs, Marcela :)
Marcela,
ResponderExcluirNão sou um investidor, sou um especulador de curto/médio prazo...
Se eu fosse um investidor de longo prazo, acho que eu teria PETR na carteira sim...
Rodrigo,
Acho que agora nos entendemos! Um abraço!
Arnaldo,
ResponderExcluirEntendi.
Então, você é o que a gente normalmente chama de trader. Bacana.
Abs,
Marcela :)