sábado, 24 de maio de 2008

Pensar por conta própria

Estou há pouco tempo me divertindo com renda variável. Tecnicamente desde 2006, por meio dos fundos de investimento. Mas prefiro contar o tempo em que opero diretamente em bolsa, que é apenas desde fevereiro.

Tenho certeza de que não aprendi nem 10% ainda do que tenho que aprender, e que minhas operações até agora refletem apenas o perfil de um amador bem intencionado. Me falta conhecimento, capacidade de análise (técnica), e estabilidade emocional, principalmente.

Mas tenho uma característica, já de antes dessas aventuras, que é a de sempre buscar pensar por conta própria, ter opinião, construir um posicionamento coerente com o que tenho como vivência e com minhas crenças e valores.

Bom, toda essa introdução é para falar de stops.

Aprendi a valorizar os stops com os livros do Alexander Elder. Para este autor, stops são fundamentais, e ele coloca em vários momentos que nunca se deve operar sem eles.

Eu gostei dessa postura. Primeiro pela sobriedade, pela seriedade que embute. É gestão do risco, gestão dos recursos, gestão do dinheiro. Expressa cautela, e respeito aos mercados. Respeito à nossa insignificância frente ao mercado.

Mas estou aprendendo a ver outro lado nessa coisa toda. Talvez seja precipitado tirar conclusões com tão pouca experiência, mas vou dizer, até aqui stops mais me atrapalharam que ajudaram. Tomei vários violinos por conta de stops.

A princípio achei que apenas não estava sabendo estabelecer o ponto correto. Aí estudei mais, tentando encontrar o ponto mais correto para colocar o stop-loss. Tentei abaixo de suportes, tentei acompanhando a média-móvel, tentei na linha de baixo do canal. Em qualquer dos pontos, tomei uma violinada.

Em todas as vezes que fui stopado, se tivesse mantido a ação em carteira, com um pouco mais de tempo a operação voltaria ao lucro. Era só questão de paciência. E isso não é por acaso. É porque a Bovespa opera num enorme canal de alta, há anos. Enquanto esse canal perdurar, é provável que as ações recuperem suas quedas momentâneas.

Claro que outro fator contribuinte está no fato de que não comprei micos, nem empresass controversas. Comprei só ações de empresas lucrativas e com bons fundamentos. Nem sempre ações em tendência de alta (caso de KSSA3, WEGE3, NATU3), mas sempre de boas empresas.

Já operei sem stop antes. VALE5. Tomei uma baita queda, mas recuperou tudo. Aí, no finalzinho da recuperação, o panacão aqui resolveu colocar stop. Resultado, stopado desnecessariamente antes de terminar a recuperação. Bobeira.

Por conta disso tudo, escolhi não retornar com os stops que retirei na 4a feira. Todas as minhas posições estão sem stops e vão continuar assim por um bom tempo. É uma experiência. Vamos ver no que dá, claro. Posso voltar atrás se os resultados não me agradarem.

2 comentários:

  1. Tenho tido o mesmo problema com os stops. Na maioria das vezes que eles foram disparados, foi num violino que terminou por vender o papel num movimento de alta em que eu preferia tê-lo mantido.

    Em apenas uma ocasião, eu consegui sair bem com o stop-loss. Foi exatamente numa queda grande e inesperada nas ações POSI3. Me salvou um bom lucro no ano passado.

    Outro evento parecido foi com BMEF3, na primeira grande queda do papel, o meu stop foi acionado mas a queda muito forte fez o preço passar direto e minhas ações não foram vendidas.

    No momento estou como você, operando sem stops, vendo no que vai dar.

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  2. Você está melhor que eu, pois pelo menos uma vez seu stop valeu a pena. Os meus até agora foram inúteis, se considerar um prazo um pouquinho mais longo que seja, coisa de um mês, por aí. Nesse tempo, qualquer dos papéis stopados teria retomado os preços anteriores.
    Acho que em mercado de alta como o nosso atual, stops não ajudam muito. O papel cai mas geralmente retoma. Talvez valha para alguns papéis específicos, como algum em que se esteja apenas fazendo uma aposta especulativa dentro de um canal horizontal ou até de baixa. Mas para a maior parte, ou para as bluechips, não vale a pena.

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